Os tratamentos de infertilidade são cada vez
mais feitos. Ainda assim, existem alguns mitos e preconceitos, o que acaba
causando preocupação desnecessária em pacientes. A médica especialista em reprodução
assistida Cláudia Gomes, do Grupo Huntington, esclarece os principais
equívocos que geram insegurança e aflição durante os tratamentos de
reprodução assistida.
Chances de gravidez.
A gravidez não está 100% garantida com a Fertilização
in vitro (FIV). As taxas de sucesso na fertilização in vitro não passam de
60% dos casos a cada tentativa, considerando as melhores chances possíveis.
Porém, constantemente a ciência busca melhorar essas taxas.
Tratamento para engravidar
engorda?
A paciente não vai ficar gorda. O uso de hormônios
para a estimulação ovariana, em especial a progesterona, podem causar um
inchaço devido à retenção de líquido, o que pode elevar o peso da paciente a no
máximo dois ou três kg durante o tratamento. Ao término do tratamento ou quando
se interrompe o uso da medicação, as pacientes tendem a eliminar estes
quilinhos a mais através da urina.
Fertilização elimina chances de
doenças?
Não se pode afirmar que o filho vai nascer com
deficiência se for por fertilização in vitro. Este risco existe quando se fala
em síndromes, como Down, mas é equivalente às pacientes férteis e aumentam
conforme a idade. Não tem a ver com a técnica em si, mas com a estrutura da
célula embrionária. Essa possibilidade, no entanto, pode ser evitada após a
fertilização in vitro, quando os embriões são submetidos ao chamado diagnóstico
pré-implantacional, através de uma biópsia para a certificação da presença de
todos os cromossomos no embrião. Depois de assegurada a normalidade
cromossômica, o embrião será transferido ao útero.
Biópsia embrionária.
A biópsia embrionária não faz com que a criança
nasça sem alguma parte do corpo. Essa biópsia é realizada no trofoectoderma,
parte do blastocisto (nome dado ao embrião no 5º dia de cultivo em laboratório)
que dará origem à placenta. Portanto, esta análise traduz a carga cromossômica
do futuro embrião, mas sem danificá-lo, já que a massa celular interna do
blastocisto, que dará origem ao embrião, não será afetada.
Cuidados após fertilização.
Não há problema em urinar, evacuar, andar e descer
escadas. Isso não faz a mulher “perder” o tratamento. Somente algum trauma com
sangramento e que poderia eliminar os embriões.
Sexo x tratamento para
engravidar.
Manter relações durante o tratamento não ajuda a
engravidar. Se o casal é infértil, ou seja, mantém relações sexuais frequentes
e desprotegidas e não conseguem obter a gestação após um ano de tentativas, é
provável que essa estratégia não funcione. Também durante o processo de
estimulação ovariana, são utilizadas certas medicações que impedem a ovulação
até que os óvulos sejam recolhidos dos folículos para a fertilização. Uma vez
sem óvulo, não tem como ocorrer gravidez.
Chances de ter gêmeos.
Fazer um tratamento de fertilização não significa
que a mulher terá mais de um bebê. Apenas 20% das mulheres que fazem o
tratamento têm gêmeos, não todas.
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