sábado, 30 de novembro de 2013

AUMENTA O RISCO DE LEPTOSPIROSE...

FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.

Com tanta água desabando sobre Salvador e interior do estado, aumentam os riscos da população adquirir leptospirose. O menor contato com água infectada, como a das enchentes dos últimos dias, por exemplo, já oferece risco de contaminação, segundo Claudilson Bastos, infectologista do Hospital Couto Maia. “A doença pode ser assintomática. Quando se instalam, os sintomas são similares ao da dengue com febre alta, dor muscular e cefaleia que começa de repente. A população que teve contato com a água da chuva nos últimos dias deve ficar atenta aos sintomas e buscar atendimento médico”, alertou Bastos.

O especialista explica que a leptospirose é uma infecção aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria do gênero Leptospira, que é transmitida por excreção de diferentes animais, como ratos e cachorros, entre outros. Segundo ele, a doença se desenvolve em duas fases. Na inicial, os sintomas são similares aos da dengue, com mal-estar e febre. Na fase dois a doença se manifesta de forma mais agressiva com fortes dores musculares e olhos amarelados (icterícia), podendo evoluir para problemas de insuficiência renal.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), num levantamento realizado pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net - do Ministério da Saúde foram notificados, em 2012, 94 casos da doença e 65 em 2013. No entanto, o órgão não especificou quantos desses foram registrados na capital baiana.
O contágio se dá pelo contato direto com a urina dos animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela leptospira,que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com pequenos ferimentos, e dissemina-se na corrente sanguínea.
No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os principais transmissores da doença e o número de casos aumenta na estação das chuvas, por causa das enchentes e inundações. Infelizmente, o risco não desaparece depois que o nível das águas baixa, pois a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos durante bastante tempo.

Na fase inicial, a leptospirose pode ser confundida com outras doenças (dengue, gripe), porque os sintomas são parecidos. Por isso, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial por meio de exames sorológicos ou pelo isolamento da bactéria em cultura.
Quanto antes for instituído o tratamento da leptospirose, maior será a chance de evitar a evolução para quadros mais graves da doença, que sempre requerem internação hospitalar.

A conduta inclui cuidados com a hidratação, uso de antibióticos, entre eles a penicilina, e de medicamentos para aliviar os sintomas. No entanto, devem ser evitados aqueles que contêm ácido acetilsalicílico, porque aumentam o risco de sangramentos.

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