Simon Hay, renomado
especialista em doenças infecciosas da Universidade de Oxford, na Inglaterra,
recomendou na quarta-feira (27) ao Brasil que tome medidas energéticas para
neutralizar o risco de dengue durante a Copa do Mundo 2014.
O risco vinculado ao
vírus transmitido por um mosquito será maior em três cidades-sede da competição
no Nordeste: Fortaleza, Natal e Salvador.
Em outras cidades, a
temporada de dengue poderia culminar antes do Mundial, previsto entre os dias
12 de junho e 13 de julho. "Infelizmente, durante este período, o risco
segue alto no Nordeste", disse Hay, em comentário publicado pela revista Nature.
"As autoridades
brasileiras deveriam implementar medidas energéticas para controlar os focos em
abril e maio, especialmente nos Estados do Norte do país, para reduzir a
quantidade de mosquitos transmissores da dengue", continuou o
especialista.
Induzida por um vírus
transmitido na picada do mosquito, a dengue provoca, inicialmente, sintomas parecidos
com os da gripe. Em alguns casos, podem acontecer complicações que resultam
numa dengue hemorrágica, podendo ser mortal. Ainda não existe vacina para
combater a doença.
Hay alertou também do
risco teórico para os brasileiros da possibilidade de visitantes de fora do
país trazerem tipos do vírus contra os quais a população local pode ter baixa
imunidade.
Em 20 de novembro, o
Brasil registrou 573 casos de morte por dengue no ano, contra 292 em 2012 e 472
em 2011.
A maior incidência de
casos mortais se deu em Minas Gerais, seguido por São Paulo (72), Goias (58),
Ceará (54) e Rio de Janeiro (48).
A OMS (Organização
Mundial de Saúde) alertou para o fato da dengue estar se expandido,
impulsionada pelo aumento do turismo e da globalização do comércio. A organização
estima que 40% da população mundial está atualmente ameaçada.
Entre 50 e 100
milhões de infecções por dengue ocorrem no mundo a cada ano, de acordo com
dados da OMS. Em 1970, a doença era endêmica em apenas nove países.
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