FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
“Todo mundo já nasce autorizado a fazer
exercício físico. A proibição só ocorre caso o indivíduo venha sentir algo e na
avaliação o médico conclua que há esta necessidade”. A afirmação é do
cardiologista Julio Braga, coordenador do Setor Cardiológico do Hospital
Espanhol, que assegura: a atividade física sem excesso só traz benefício para a
saúde da pessoa.
A indicação do médico é importante, pois no
próximo dia 6 se comemora o Dia Mundial da Atividade Física, instituído pela
Organização Mundial de Saúde ( OMS ) que alerta para os riscos do sedentarismo
e busca estimular a prática regular de exercícios.
Dados de uma Pesquisa da Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(Vigitel), do Ministério da Saúde, revelam que 51% da população brasileira está
acima do peso.
A pesquisa foi feita em 2012 e mostra
que 51% da população (acima de 18 anos) está acima do peso ideal. Em 2006, o
índice era de 43%. Entre os homens, o excesso de peso atinge 54% e entre as
mulheres, 48%.
Mas não é só para evitar a
obesidade que a atividade física é fundamental na vida do indivíduo, segundo o
cardiologista traz grande benefício para a saúde. “As pessoas adoecem menos,
evitam problemas renais, melhora o colesterol e têm qualidade de vida.
A perda de peso é um benefício secundário”, atestou.
Braga cita os idosos como exemplo, afirmando
que existe diferença nos que fazem exercícios e os que não fazem. “O equilíbrio
das pessoas vai diminuindo com a idade e os que fazem exercícios ficam
melhores, elegantes na forma de andar, além de melhorar o ritmo do sono, da
pressão arterial e das dores articulares”, sinalizou.
Indagado se no caso dos idosos qual seria o
melhor : a caminhada ou o exercício físico? O cardiologista respondeu que os
dois são importantes, mas no caso da caminhada há que se observar que o lugar
tem que ser plano, jamais em calçadas esburacadas e na areia fofa, pois são
prejudiciais para a locomoção.
Importância dos
exercícios.
De acordo com o cirurgião
Erivaldo Alves, diretor do Núcleo de Tratamento de Cirurgia da Obesidade (NTCO)
e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
(SBCBM), “depois da cirurgia o paciente precisa incorporar uma série de
medidas em sua rotina”, afirmou.
Alves conta que alguns trabalhos
mostram que as taxas de desistência do tratamento caem quando os pacientes
conseguem incorporar a atividade física regular no seu dia a dia. Segundos
informação do NTCO, o Brasil é o segundo país do mundo onde mais se realizam cirurgias
de redução de estômago - como é conhecida a
cirurgia bariátrica -, atrás apenas dos Estados Unidos.
O educador físico do NTCO, Clarcson Plácido
afirma que “estudos mostram que a prática de atividade física regular impacta
diretamente no aumento dos índices de manutenção do tratamento para
obesidade,”.
De acordo com a Sociedade Brasileira
de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em média, 50% dos pacientes que
passam pela cirurgia voltam a engordar parcialmente e cerca de 5% dos operados
voltam ao patamar inicial, que tinham antes de fazer a cirurgia, principalmente
pela falta de reeducação alimentar e sedentarismo.
“A dieta e a atividade
física são indispensáveis não apenas na manutenção do peso, mas na prevenção de
diversas doenças. A população em geral precisa conhecer os riscos
da obesidade e adotar hábitos saudáveis”, afirma o cirurgião Erivaldo Alves.
A falta de atividade física é considerada
uma pandemia mundial. Segundo a OMS, o sedentarismo é o quarto maior fator de
risco para doenças crônicas, ficando atrás somente da hipertensão, do tabagismo
e do colesterol alto.
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