FONTE: Cintia Baio, Colaboração para o UOL (noticias.uol.com.br).
"Remela" ou
"ramela" é como chamamos, popularmente, aquela secreção branca ou
amarelada que se acumula nos cantos dos olhos, principalmente durante a noite.
De modo geral, essa secreção é o que sobra da lágrima após a parte líquida
evaporar.
A lágrima, cuja
principal função é lubrificar os olhos, é composta por três camadas. A mais
interna é formada por muco, que auxilia na umidade e aprisiona partículas de
poeira. A segunda camada é líquida, feita de sais e proteínas que mantem os
olhos lubrificados. Já a terceira é formada por gorduras liberadas pelas
glândulas de Meibomius, localizadas no interior da pálpebra. A função da última
camada é prevenir que a lágrima evapore com facilidade.
A cada piscada, essas
secreções que formam a lágrima são misturadas e espalhadas pelos olhos com o
objetivo de lubrificá-los e mantê-los limpos. A mistura é chamada de filme
lacrimal, e o excesso é empurrado para o canto dos olhos.
Durante a noite, há
uma redução na produção da parte líquida da lágrima, mas o muco continua a ser
fabricado. Além disso, há uma evaporação natural da parte aquosa. Resultado?
Sobra apenas o muco e a sujeira que, aos poucos, vão ressecando. Eis a remela.
Um estudo conduzido
por oftalmologistas do hospital Royal Perth Hospital, na Austrália, também
apontou que a produção das secreções é maior à noite, porque durante o período,
os dutos das glândulas de Meibomius ficam mais relaxados, fazendo com que a
produção aumente.
Tanta remela que até
gruda.
Essa secreção pela
manhã e em determinados momentos do dia é perfeitamente normal e para removê-la
basta lavar os olhos com água.
O problema é quando
os olhos começam a produzir remelas em excesso, o que pode indicar que algo não
vai bem.
Quando começa um
processo inflamatório, como uma conjuntivite ou blefarite (inflamação das
pálpebras), há um aumento na produção do muco, que funciona como uma espécie de
reação ao agente agressor em nosso olho --no caso, uma bactéria, um vírus ou um
agente estranho.
No caso de uma
conjuntivite bacteriana --uma inflamação da membrana que recobre parte dos
nossos olhos, chamada conjuntiva, causada por bactéria-- a secreção é
acompanhada de pus e fica mais amarelada.
Já na conjuntivite
alérgica ou viral, a produção de muco também aumenta e, junto com ele, o
lacrimejamento.
Especialistas
consultados: Omar Massayoshi Assae, oftalmologista do Hospital CEMA (SP), e
Augusto Paranhos, oftalmologista do Hospital Albert Einstein (SP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário