FONTE:Redação, (www.msn.com).
Respirar pela boca pode parecer uma boa
alternativa quando alguma obstrução das vias aéreas superiores atrapalha a
respiração pelo nariz, mas diversos problemas podem decorrer dessa prática que
parece tão simples. Comum em crianças e pessoas que têm rinite, sinusite,
desvio de septo ou outras alergias, a respiração oral pode deixar o céu da boca
mais profundo, os dentes tortos, causar gengivite e mastigação inadequada.
O ortodontista e ortopedista facial Emerson
Albuquerque explica que, quando o ar passa pelas narinas, ele é filtrado,
aquecido e umedecido até chegar aos pulmões. Contudo, ao passar pela boca, esse
processo não ocorre, fazendo, então, com que a qualidade do ar captado seja
inferior. Além disso, ao tentar cumprir o papel do nariz com a inspiração do
ar, a boca sofre várias alterações. “Para que a passagem do ar seja eficiente,
o céu da boca se estreita e alonga, mas isso também faz com que os dentes
fiquem tortos porque há uma alteração na estrutura em que eles estão fixos”,
ressalta.
A língua também passa por adaptações para
auxiliar na passagem do ar. Como ela acaba se posicionando mais para baixo e
mais próxima aos dentes inferiores, os processos de deglutição e mastigação
também são prejudicados, pois ela atua encaminhando os alimentos para a
faringe. Além disso, como a boca fica aberta por muito mais tempo e entra em
contato com mais bactérias do que se estivesse fechada, o paciente pode
desenvolver gengivite e ter cáries.
Os distúrbios respiratórios são mais frequentes
durante a infância e, como nesse período a estrutura óssea da face ainda não
está completamente formada, os riscos podem ser mais visíveis. Crianças que
possuem a síndrome da respiração bucal tendem a ter o rosto mais fino e
alongado. Além de todos esses problemas bucais, a criança também pode
apresentar dificuldades em manter a atenção, porque a qualidade do ar respirado
é menor, e problemas de postura, porque o corpo se inclina para frente para
absorver o ar.
O ortodontista e professor da UFSC Daltro Ritter
alerta que antes de iniciar qualquer tipo de tratamento médico é necessário
investigar o que levou aquele paciente a adotar a respiração bucal. Também é
válido ressaltar que o tipo de tratamento dependerá de cada caso, podendo ser
feito com aparelhos ortodônticos, cirurgia ou acompanhamento terapêutico com
fonoaudiólogo.
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