As mulheres passam por diversas
alterações hormonais ao longo da vida. Durante os períodos em que essas
mudanças ocorrem, é preciso reforçar cuidados com a higiene bucal. A dica é da
integrante do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, Maria Lucia Zarvos
Varellis (CROSP 26107). “As variações hormonais que acontecem com a mulher
podem ocasionar mudanças na boca. Porém, esses quadros dependem de outros
fatores”, afirma a especialista.
Na puberdade, por exemplo, as meninas
estão mais propensas a desenvolver gengivite devido à combinação de alterações
hormonais e a presença de biofilme, espécie de película com bactérias que adere
aos dentes. O biofilme está presente em qualquer fase da vida, em homens e
mulheres, porém as transformações no organismo feminino na passagem da infância
para a adolescência favorecem o desenvolvimento da inflamação na gengiva. A
mudança é pontual: depois da primeira menstruação a tendência é que se
regularize.
Gravidez.
Outro momento de muitas mudanças é a gestação. “É
comum que as grávidas fiquem enjoadas e, quando vomitam, o suco gástrico do
estômago volta para a boca e pode afetar o esmalte dos dentes”, alerta
Varellis. O indicado nessas ocasiões é fazer um bochecho com substâncias que
alcalinizem o pH bucal (como o bicarbonato de sódio) para depois de algum tempo
realizar a escovação.
Durante a gravidez, a possibilidade
do desenvolvimento de gengivite também é grande. “A gestação não é responsável
por esse quadro, mas sim os fatores hormonais combinados à má higiene bucal”,
salienta a dentista. Outra alteração que pode se manifestar em algumas mulheres
é o amolecimento dos dentes. Isso acontece próximo à época do parto pois o
corpo da mulher produz mais relaxina, hormônio responsável pelo relaxamento
pélvico que interfere, também, nos ligamentos periodontais.
A coordenadora geral dos cursos Lato
Sensu da Faculdade São Leopoldo Mandic, Luciana Butini Oliveira (CROSP 62279),
alerta que mitos como “durante a gestação as mulheres não podem realizar
tratamento odontológico”, também devem ser desconsiderados.
Menopausa.
Já durante a menopausa, afirma Varellis, as
mulheres sofrem intensas alterações hormonais que podem desencadear até em
depressão. Fatores como nervosismo e dores no corpo muitas vezes fazem com que
a higiene bucal seja deixada em segundo plano. Esses aspectos, associados a elementos
como o biofilme, também podem gerar doenças.
Em relação às condições de saúde
bucal entre homens e mulheres no Brasil, Oliveira afirma que o último
levantamento realizado em âmbito nacional (SB-Brasil 2010) revelou que a
prevalência de perda de dentes foi maior entre idosos, mulheres, indivíduos de
menor renda e escolaridade. “Considerando os indivíduos de 18 anos ou mais, 11%
perderam todos os dentes, sendo maior a proporção entre mulheres. Dados desse
levantamento apontam que a percepção negativa sobre a própria saúde bucal
também foi maior entre os indivíduos mais jovens e entre as mulheres”, salienta
a dentista.
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