FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Pesquisadores da
Escola de Medicina de San Diego, da Universidade da Califórnia (EUA),
realizaram um estudo que associa a solidão ao genoma humano. A pesquisa afirma
que "sentir-se só" está relacionado à genética, embora o ambiente
também desempenhe um papel importante nesta condição.
A possibilidade da
solidão ser hereditária já havia sido apresentada em estudos com gêmeos, com
crianças e adultos. A partir destas análises, os pesquisadores também tentaram
identificar os genes específicos que contribuem para a solidão. No entanto,
segundo a equipe, as pesquisas anteriores utilizavam um número muito limitado
de amostras.
A pesquisa atual
analisou cerca de 10 mil pessoas com 50 anos ou mais. Os participantes
responderam a três perguntas com o intuito de medir a solidão: Quantas vezes
você sente que lhe falta companhia? Quantas vezes você se sente deixado de
lado? Quantas vezes você se sente isolado dos outros?
A pesquisa não usa a
palavra "solitário", porque, segundo os especialistas, as pessoas não
se sentem à vontade em expressar esse sentimento.
De acordo com o
resultado do estudo, liderado pelo professor de psiquiatria Abraham Palmer, a
solidão ou a tendência a se sentir solitário ao longo da vida é uma
característica moderadamente hereditária, influenciada pela genética entre 14%
e 27% das vezes.
O estudo publicado na
revista Neuropsychopharmacology também descobriu que o risco
genético para a solidão está associado com neuroticismo (tendência para
experimentar emoções negativas, como raiva ou ansiedade) e sintomas depressivos.
Diferentemente das
pesquisas anteriores, os cientistas não encontraram relação entre a solidão e
as variações de genes que processam dopamina (neurotransmissor responsável pela
sensação de recompensa e prazer) e oxitocina (conhecida como "hormônio do
amor").
Segundo Palmer, duas
pessoas com o mesmo número de parentes próximos e amigos, podem ter sensações
diferentes sobre a estrutura social em que vivem se adequando ou não aquele
meio. "E isso é o que queremos dizer com "predisposição genética para
a solidão '", explica o pesquisador.
Os pesquisadores
estão trabalhando para encontrar uma variação genética específica que indique
quais mecanismos do corpo influenciam a solidão.
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