FONTE: Do UOL,
(http://estilo.uol.com.br).
Quando a fome bate, geralmente a interpretamos
como um sinal para ir atrás de comida. No entanto, quando estamos satisfeitos,
encaramos isso como um alerta de que devemos parar de comer. Pelo menos era
assim que a ciência explicava nossos hábitos alimentares --até agora.
Um estudo recente, publicado no periódico “Psychological
Science”, mostra que essas associações podem ser aprendidas ao contrário,
de modo que a saciedade se torna uma sugestão para comer mais e não menos.
"Nós já sabemos que as dietas extremas são suscetíveis a falhas. Uma das razões pode ser que a inibição de comer, aprendida enquanto a pessoa está com fome, não se transfere bem para um estado sem fome", diz o cientista psicológico Mark E. Bouton, da Universidade de Vermont (EUA), um dos autores do estudo. "Se assim for, o indivíduo pode ter ‘recaídas’ ou talvez comer demais quando se sentir satisfeito novamente."
"Nós já sabemos que as dietas extremas são suscetíveis a falhas. Uma das razões pode ser que a inibição de comer, aprendida enquanto a pessoa está com fome, não se transfere bem para um estado sem fome", diz o cientista psicológico Mark E. Bouton, da Universidade de Vermont (EUA), um dos autores do estudo. "Se assim for, o indivíduo pode ter ‘recaídas’ ou talvez comer demais quando se sentir satisfeito novamente."
Experimentos com ratos mostraram como
funciona o aprendizado alimentar.
Para testar essa hipótese, Bouton e o coautor
Scott T. Schepers realizaram um estudo com 32 ratos. Durante 12 dias, os
animais --que já estavam saciados-- participaram de uma sessão diária de
condicionamento de 30 minutos. Eles foram colocados em uma caixa que continha
uma alavanca e aprenderam que receberiam deleites saborosos se a pressionassem.
Nos próximos quatro dias, os ratos foram colocados na mesma caixa enquanto
estavam com fome e descobriram que a alavanca, quando pressionada, não liberava
guloseimas.
Após essas duas fases, os animais foram
condicionados a associar a saciedade com o recebimento de comida saborosa e a
fome a não receber comida. Depois, eles foram colocados novamente na caixa e
pressionaram a alavanca com mais frequência quando estavam satisfeitos do que
com fome. Em outras palavras, tiveram recaídas para buscar guloseimas.
"Ratos que aprenderam a responder por alimentos saborosos enquanto estavam cheios e depois inibiram seu comportamento com fome tendiam à recaída quando estavam cheios novamente", explica Bouton.
"Ratos que aprenderam a responder por alimentos saborosos enquanto estavam cheios e depois inibiram seu comportamento com fome tendiam à recaída quando estavam cheios novamente", explica Bouton.
Podemos aprender quando devemos ir atrás
de comida.
Os achados de três estudos diferentes apoiaram a
hipótese dos pesquisadores de que a fome e a saciedade poderiam ser aprendidas.
Juntos, esses resultados mostraram que buscar ou não alimentos são
comportamentos específicos do contexto em que são aprendidos.
Embora nosso corpo possa conduzir o comportamento
de busca de alimentos de acordo com as necessidades fisiológicas, essa pesquisa
sugere que as ações relacionadas a alimentos também podem se associar à fome ou
saciedade.
"Uma grande variedade de estímulos pode orientar e promover comportamentos específicos através da aprendizagem. Por exemplo, ver, ouvir e sentir o cheiro do seu restaurante favorito pode sinalizar a disponibilidade de sua comida favorita, fazendo com que sua boca aqueça e, finalmente, guie-o para comer ", diz Schepers e Bouton.
"Uma grande variedade de estímulos pode orientar e promover comportamentos específicos através da aprendizagem. Por exemplo, ver, ouvir e sentir o cheiro do seu restaurante favorito pode sinalizar a disponibilidade de sua comida favorita, fazendo com que sua boca aqueça e, finalmente, guie-o para comer ", diz Schepers e Bouton.
"Assim como a visão, os sons e cheiros, as
sensações internas também podem orientar o comportamento, geralmente de formas adaptativas
e úteis: aprendemos a comer quando sentimos fome e aprendemos a beber quando
sentimos sede. No entanto, estímulos internos como fome ou saciedade também
podem promover o comportamento de maneiras que não são tão adaptativas."
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