FONTE:, (https://www.msn.com).
Você
sabia que os dentes são as estruturas mais resistentes do corpo humano? Isso
não impede que possam sofrer fraturas, e de vários tipos. Rachar um dente pode
ser mais fácil do que imaginamos: eles se quebram por impacto, e os restaurados
podem rachar por conta do esforço repetitivo da estrutura dental que restou.
Também é comum que ocorra a formação de trincas nos dentes de quem tem
bruxismo ou apertamento. “Geralmente os desconfortos que acompanham os pacientes
com esses problemas são sensibilidade generalizada ao morder, dor em um dente
específico, dores na articulação perto do ouvido e até dores musculares na
face”, explica Fabiana Mantovani Gomes França (CROSP 66151), coordenadora do
curso de Graduação em Odontologia da Faculdade São Leopoldo Mandic.
Morder
alimentos ou objetos duros, como gelo, nozes ou balas, também podem levar à
fratura das estruturas dentais já fragilizadas devido a tratamentos de canal ou
muitas restaurações, por exemplo. Porém, algumas vezes o dente sofre a fratura
mesmo sem um impacto grande. Isso acontece devido ao esforço repetitivo causado
por algum distúrbio na mordida, o que leva à diminuição da resistência da
estrutura dental.
A
sensibilidade, que em muitos casos pode ser característica dos dentes
trincados, está relacionada ao tamanho e intensidade das rachaduras. Elas
permitem que o estímulo externo de calor ou de pressão devido a mastigação
cheguem mais rapidamente à polpa dental (núcleo do dente). Se a trinca foi
muito extensa, acontece a passagem de bactérias da boca para o interior do
dente, causando inflamação do tecido pulpar e, nestes casos, é necessário o
tratamento do canal.
Por
mais que as causas deste problema possam ser consideradas comuns, seu
diagnóstico pode ser trabalhoso, uma vez que as trincas podem não ser
perceptíveis a olho nu. “A identificação de uma trinca somente no esmalte do
dente é diagnosticada pela transiluminação, isto é, incidindo uma luz contra a
coroa do dente, o que permitirá identificar ‘estrias’ sugestivas deste tipo de
trauma”, explica Regis Burmeister dos Santos (CRORS 2793), professor titular da
área de Endodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Segundo o professor, há diferentes níveis de rachaduras: as
fraturas podem envolver, além do esmalte (parte mais exterior do dente), também
a dentina (“camada” intermediária), chegando a atingir a polpa dentária.
Além
de ser um dano à estrutura dental, essas rachaduras podem fazer com que
pequenos fragmentos se desprendam dos dentes e se alojem na gengiva, podendo
causar uma inflamação no local. Outra consequência das fraturas pode ser o
desenvolvimento de um processo inflamatório no dente, provocado pela
contaminação bacteriana através do espaço provocado pela fissura. Para prevenir
esse tipo de problema é necessário ficar atento: pessoas que rangem ou apertam
os dentes precisam procurar um cirurgião-dentista.
Santos
explica que as rachaduras provocadas por acidentes exigirão tratamentos mais ou
menos complexos, dependendo da extensão e dos tecidos envolvidos. Podem ser
necessários tratamentos endodônticos (de canal), periodontais (de gengiva) ou
cirúrgicos, com ou sem complementação por próteses ou restaurações, de acordo
com cada caso. Tratar a causa do apertamento dental também é importante.
França defende um atendimento multidisciplinar, que inclua também o
acompanhamento de um fisioterapeuta e de um psicólogo ou psiquiatra, uma vez
que esse distúrbio pode ter causa psicológica.
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