A seguradora boliviana BISA afirmou
na quinta-feira que não recebeu qualquer requerimento da Chapecoense
relacionado com um pedido de indenização por causa do acidente aéreo no qual
morreram 71 pessoas no ano passado, entre eles vários jogadores, integrantes da
comissão técnica da equipe e jornalistas.
A Chapecoense "não tem relação
contratual direta, nem base legal para exigir ou reivindicar qualquer direito à
BISA Seguros e Reaseguros", advertiu a companhia em comunicado.
A BISA ressaltou que "não
recebeu nenhum pedido de informação, nem qualquer requerimento administrativo
pelos canais oficiais legais" por parte do clube.
A Chapecoense anunciou no mês passado
que abriu uma ação na Justiça brasileira contra a BISA, contratada pela
companhia aérea boliviana LaMia, e órgãos do governo boliviano por danos no
acidente ocorrido há um ano na Colômbia.
A seguradora, no entanto,
reiterou que desconhece este pedido de indenização.
"Se chegar pelos canais oficiais
legais à nossa empresa algum pedido ou recurso deste tipo, pelas vias oficiais
estabelecidas nestes casos, tal eventualidade será analisada e
respondida", detalhou a seguradora na nota.
Nesse caso, segundo a BISA, a demanda
será tratada "de acordo com os termos legais e contratuais dentro dos
quais a empresa é administrada e que neste, como em qualquer outro caso, estão
sendo rigorosa e responsavelmente aplicados".
Com "fins de
esclarecimento", a companhia afirmou que, em relação ao valor assegurado
para o período em que ocorreu "este lamentável acidente", a
seguradora "proporcionou o montante da cobertura solicitada em nome da
LaMia".
"Independentemente do valor
assegurado, no momento do trágico acidente, a LaMia e as pessoas responsáveis
por sua gestão, violaram gravemente várias condições fundamentais do
seguro", ressaltou a BISA.
A seguradora lembrou que estabeleceu
o Fundo de Assistência Humanitária LaMia 2933, "sem nenhuma admissão de
responsabilidade, para aliviar as dificuldades econômicas dos passageiros
afetados", com ajuda financeira tanto para os sobreviventes como para as
famílias dos falecidos.
A Chapecoense disse que requereu
indenizações pela tragédia de 28 de novembro de 2016, quando o avião no qual
viajava a delegação da equipe e jornalistas ficou sem combustível e caiu perto
de Medellín, causando a morte de 71 de seus 77 passageiros.
A BISA, que foi contratada pela
LaMia, alegou em maio à Justiça boliviana que a apólice não estava em vigor por
falta de pagamento e que não cobria voos para a Colômbia.
Um mês depois, as autoridades
bolivianas consideraram válida a apólice e que a seguradora estava obrigada a
arcar com as indenizações.
A companhia já indenizou familiares
de membros da tripulação que faleceram, mas não os parentes das vítimas da
Chapecoense.
As famílias que aceitarem a
indenização do fundo humanitário perderão o direito de processar eventuais
responsáveis no futuro, quando finalizarem as investigações que ainda estão em
curso no Brasil, na Bolívia e na Colômbia.
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