Emagrecer
pode ser muito mais difícil para algumas pessoas. Segundo um recente estudo publicado no periódico científico JAMA, metade dos indivíduos acima do peso reportam dificuldade
para emagrecer.
De
acordo com a nutricionista americana e autora de livros sobre perda de peso
Melina Jampolis, em artigo para a rede CNN, não existe uma razão simples para esse dilema. No
entanto, alguns estudos lançam luz sobre o problema, seja pelo ponto de
vista nutricional ou pelo comportamental,
o que pode ajudar a resolvê-lo.
Amnésia calórica.
Essa
é uma das causas mais comuns, mas fácil de corrigir. Na prática, as pessoas
consomem mais calorias do que imaginam. Embora
algumas dietas populares digam o contrário, o excesso de calorias diárias tem
um impacto no ganho de peso. Durante o dia, as pessoas esquecem ou não
consideram os valores calóricos de suas refeições e acabam extrapolando em
quantidade.
Para
sempre lembrar dos alimentos consumidos ao longo do dia e evitar exageros, o
recomendado é manter um diário ou um aplicativo no celular que contabilize
o consumo calórico. Pesquisas mostram que com esse simples método é
possível acelerar a perda de peso em até duas vez, reduzindo a sensação de
frustração.
Final de semana.
Outra
causa bastante comum, mas um pouco mais difícil de solucionar, são as fugas
da dieta nos finais de semana. Segundo Melina, às sextas-feiras,
sábados e domingos as pessoas tendem a comer (e beber) muito mais do que
durante a semana. Dessa forma, mesmo seguindo dietas durante os dias úteis, os
esforços são anulados por esses dias de folga.
No
entanto, para o alívio de quem deseja perder peso, não é preciso acabar com os
prazeres alimentares do final de semana. De acordo com Melina, basta limitar as
quantidades ingeridas. Se você constuma tomar duas taças de vinho, por exemplo,
tente tomar apenas uma. Se você comeu uma sobremesa no dia anterior, não repita
no dia seguinte.
Além
disso, é preciso tomar cuidado com dietas que incluam um ‘dia do lixo‘,
um dia da semana em que você pode comer o que quiser sem culpa. Segundo a
nutricionista, isso pode afetar os resultados.
Uso de medicamentos.
Grande
parte dos profissionais não recebe treinamento adequado para tratar
a obesidade. Muitos não estão cientes de que os medicamentos que
prescrevem podem tornar o emagrecimento ainda mais difícil, causando o efeito
oposto: o ganho de peso.
Segundo
Caroline Apovian, presidente da The Obesity Society, organização americana
dedicada a estudos sobre obesidade, certos medicamentos indicados
para combater doenças associadas à obesidade, como diabetes, pressão alta,
ansiedade e depressão, podem contribuir para o ganho de peso.
É o caso dos beta-bloqueadores, benzodiazepínicos, algumas classes mais antigas
de antidepressivos e antipsicóticos, e métodos contraceptivos, como as pílulas.
Saudável em excesso.
Muito
do que sabíamos sobre os efeitos da gordura na alimentação mudou
nos últimos anos. A comunidade científica mostrou que alimentos ricos em
gordura insaturada, como nozes, abacate e azeite, desempenham um papel importante
na dieta. Mas se você consumir grandes porções desses alimentos, sem o
equilíbrio de outros nutrientes, de nada adiantará.
Segundo
Melina, a gordura tem mais que o dobro das calorias presentes em carboidratos e
proteínas. Dessa forma, as calorias provenientes das gorduras, mesmo
as saudáveis, somam mais rapidamente. Mesmo os alimentos integrais
em grandes quantidades podem engordar. Para a
especialista, a melhor forma de prevenir o ganho de peso é controlando as
porções ingeridas, até mesmo de alimentos considerados saudáveis.
Síndrome metabólica.
A síndrome
metabólica, um conjunto de condições associadas a resistência
insulínica e ao excesso de produção de insulina, é outro fator
para o aumento de peso desenfreado, que torna o processo de emagrecimento muito
mais difícil. A insulina suprime a eliminação de gorduras
armazenadas e promove a formação de gordura a partir da glicose.
Desse
modo, uma pessoa que possui resistência insulínica ou o seu excesso tem muito
mais dificuldade de emagrecer. Mulheres com a circunferência da cintura
superior a 88 cm e homens com circunferência maior que 102 cm têm um maior
risco para a síndrome, que pode ser tratada através de dietas específicas,
medicamentos e outras abordagens.
Outras razões.
Insônia,
comportamento sedentário, comer depois de praticar exercícios ou por estresse
podem ser fatores que dificultam o emagrecimento. Dieta rica em alimentos
processados e com baixo consumo de frutas e vegetais também
pode ser uma das razões para o aumento de peso, mesmo quando a pessoa come
pouco ou pratica atividades físicas regularmente.
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