Acha que dor de cabeça é sempre tudo igual? Pois
saiba que não é bem assim como você está pensando. De acordo com a
Classificação Internacional das Cefaleias (termo médico dado ao problema),
existem cerca de 150 tipos de dores diagnosticadas. O que muda entre elas,
basicamente, é a causa do desconforto.
Isso porque as cefaleias são divididas entre
primárias e secundárias. As primeiras são as mais comuns e não têm uma doença
em si necessariamente causando o desconforto. Já as secundárias têm a dor como
um sintoma de outra condição principal. Seria o caso de um paciente com um
tumor cerebral ou com aneurisma roto que sente a cabeça doer por esses motivos,
por exemplo.
Em relação as cefaleias primárias, as mais
recorrentes são a enxaqueca e a tensional. A primeira é forte, pulsátil, não
contínua, e pode vir acompanhada por náuseas e vômitos, piora com a claridade e
com o barulho, geralmente afetando apenas um lado da cabeça. A tensional, por
sua vez, é leve, não pulsátil, contínua, sentida por meio de pressão ou
pontadas e afeta ambos os lados.
Dor de cabeça popular.
A enxaqueca, inclusive, é a dor de cabeça que mais
acomete a população brasileira e mundial. Uma pesquisa realizada pela Academia
Brasileira de Neurologia (ABN) aponta que 18% dos brasileiros sofrem com o
problema.
Ela atinge de 5 a 25% das mulheres e de 2 a 10% dos
homens, podendo ser hereditária. Estima-se que uma criança cuja mãe ou pai
sofra de enxaqueca tenha 50% de chances de desenvolvê-la. Caso tenha os dois
pais com o problema, as chances aumentam para 75%.
Segundo pesquisa da ABN, 81% dos entrevistados se
automedicam quando têm dor de cabeça. O problema é que a automedicação
só é indicada em casos pontuais. Isso porque, em grande parte das vezes, a dor
pode, sim, ser aliviada por meio de medicamentos comuns.
No entanto, caso seja constante, e se a pessoa
precisar utilizar remédios mais potentes para obter o mesmo alívio, ou ainda se
houver sinais neurológicos, como paralisia de membro ou rigidez da nuca, é
preciso buscar orientação médica.
De forma geral, 90% das pessoas que sofrem de cefaleia
têm resultados positivos com tratamento medicamentoso. As demais precisarão ser
submetidas a tratamentos invasivos, como bloqueios, toxina botulínica,
radiofrequência ou eletrodos implantáveis sobre nervos no crânio.
Mas, atenção! Essas terapias possuem
contraindicações e não estão isentas de complicações ou efeitos colaterais
indesejados. Portanto, é fundamental procurar um especialista para avaliar o
caso e entender quais as possibilidades de tratamento.
*** Fontes: Tatiane Pan, coordenadora do
Ambulatório de Neuroclínica do Hospital Assunção, da Rede D’Or São Luiz, de São
Paulo (SP) e Antônio Barata, neurologista do Hospital Moriah, de São Paulo
(SP).
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