"Câncer no seio
não precisa mais fazer cirurgia. Presidente Jair Bolsonaro vai autorizar a
importação dessa tecnologia de Israel." É o que dizem postagens que vêm
sendo compartilhadas nas redes sociais, em geral com pedidos de ajuda na
divulgação da informação.
A maior parte das
publicações é acompanhada de comentários de comemoração da notícia ou de elogio
à iniciativa do presidente Jair Bolsonaro.
"Embora chamado de
machista, foi o único presidente que se lembrou em primeiro lugar das
mulheres", lê-se em uma delas.
FALSO:
Brasil não tem acerto para importar tecnologia.
Não há indícios de que
Bolsonaro vá autorizar a importação de qualquer tecnologia para curar câncer de
mama sem cirurgia.
Acima de tudo porque
tal método ainda não foi desenvolvido, testado e aprovado pela comunidade
médica internacional.
Também porque, no
Brasil, não é o presidente que dá essa permissão e, sim, a Comissão de Nacional
de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), segundo o
Ministério da Saúde.
"A incorporação de
novas tecnologias, como medicamentos e tratamentos, no SUS, é feita a partir da
análise da eficácia, efetividade e custo-benefício e acompanhada de regras
precisas quanto à indicação e forma de uso", comunicou o órgão, por meio
de sua assessoria de imprensa.
É verdade que há
pesquisas sendo realizadas para tratamento de câncer de mama sem cirurgia.
Algumas, principalmente
nos Estados Unidos, têm utilizado apenas medicamentos convencionais de
quimioterapia, mas há discordâncias sobre as consequências da dispensa da
cirurgia no longo prazo. Outras, feitas em Israel, por exemplo, estão usando a
chamada crioablação (resfriamento extremo e rápido de uma região tecidual).
De acordo com o
Ministério da Saúde, até agora, a crioablação mostrou-se eficaz em lesões
benignas, mas para o "câncer de mama ainda não existe nada estabelecido.
Alguns estudos vêm demonstrando sucesso
no tratamento de lesões malignas únicas e menores que 1 cm, com baixas
complicações, porém não pode ser considerada ainda superior ao tratamento
cirúrgico convencional, assim como não evita a realização das outras terapias,
como quimioterapia, radioterapia etc. Portanto, atualmente não está indicada
para tratamento do câncer de mama".
Há uma outra iniciativa
em Israel
buscando a cura para todos os tipos de câncer por meio
do bombardeamento de células cancerígenas por peptídeos.
O Ministério da Saúde
alerta que essa tecnologia "não foi sequer testada clinicamente
ainda" e pede que a notícia não seja compartilhada.
O Ministério dia Saúde
informou ainda que, no momento, não existe nenhum pedido sendo analisado pela
Conitec para incorporação desses novos tratamentos para o câncer na mama.
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