Ter um bom
relacionamento com a família durante a adolescência protege as pessoas de
sintomas depressivos anos mais tarde, segundo um estudo publicado na
segunda-feira (7).
O trabalho contou com
mais de 18 mil indivíduos de ambos os sexos acompanhados desde o início da
adolescência até os 40 anos de idade. A análise, conduzida por pesquisadores da
Universidade de North Carolina, nos EUA, saiu no periódico Jama
Pediatrics.
Homens e mulheres que
participaram do estudo e conviveram com uma família coesa e vivenciaram menos
conflitos com os pais durante a adolescência apresentaram níveis
significativamente menos sintomas depressivos que os indivíduos que tiveram uma
experiência menos positiva.
Apesar de as vantagens
terem sido observadas em ambos os sexos, a redução dos sintomas foi um pouco
maior para as mulheres do que para os homens. Por outro lado, níveis mais
baixos de conflitos familiares beneficiaram os homens por mais tempo durante a
vida adulta.
O estudo tem a
limitação de não envolver as experiências da infância. Mesmo assim, os autores
defendem que investir na melhora de relacionamento entre os jovens e seus pais
pode trazer um retorno muito positivo no futuro em termos de saúde mental.
A hipótese mais aceita
para explicar essa relação é que o apoio social é algo importante para promover
uma resposta mais saudável para situações de estresse. Como a adolescência, por
si, já é uma fase complicada, com novas responsabilidades e mudanças, ter um
ambiente acolhedor em casa permite que os jovens se recuperarem mais rápido
depois de um baque.
Sem essa recuperação, o
indivíduo entra num estado de tensão crônico que, ao longo do tempo, pode
aumentar muito o risco de depressão e outras doenças.
Família perfeita, como
em propaganda de margarina, não existe. Mas isso é diferente de enfrentar
conflitos o tempo todo ou ter pais ausentes. Nesse caso é
fundamental procurar outras redes de apoio nos momentos de crise, como
amigos de confiança, instituições ou até profissionais especializados.
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