A doença celíaca atinge
cerca de um por cento da população mundial e ocorre devido à dificuldade em
ingerir o glúten, que é uma proteína presente no trigo, cevada, aveia e
centeio. O intestino delgado é o órgão mais afetado, com sinais de diarreia,
vômitos e emagrecimento, além de anemias, alterações na pele, queda de pelos,
entre outros.
O tratamento requer a
exclusão total do glúten da dieta, pois a doença celíaca não tem cura. Os
cereais acima devem ser substituídos por milho, arroz, batata, além de ser
permitido o consumo de carnes, leite, ovos, verduras, frutas e legumes. Há
dificuldade dos pacientes em conviver com as restrições alimentares. Quanto
antes for identificada a doença, melhor, inclusive na infância, quando surgem
os primeiros sintomas devido à ingestão do glúten. O diagnóstico é confirmado
por exames de sangue. Hoje é obrigatório por lei federal que todos os alimentos
industrializados informem em seu rótulo a presença ou não de glúten.
Alguns sintomas da
doença aparecem na boca, tendo o dentista importante papel na descoberta e
tratamento das lesões a ela relacionadas.
Como o intestino
delgado não funciona bem, o celíaco pode ter algumas deficiências nutricionais
como falta de vitamina D e cálcio, que aumentam a incidência de cáries, e
vitamina B12 e ferro, que podem contribuir para maior incidência de aftas.
Os problemas bucais
mais encontrados são bruxismo, hipoplasia do esmalte (deficiência na formação
do esmalte dental), manchas por deficiência ou excesso de cálcio, erosões,
aftas, herpes.
Cerca de 5 a 15% das
pessoas com doença celíaca têm Síndrome de Sjogren ou da boca seca. As
glândulas salivares não produzem saliva suficiente, o que gera maior incidência
de cáries e de aftas, dificuldade para mastigar e engolir os alimentos,
ardência na língua e mucosas.
Os dentes com esmalte
defeituoso ficam amarronzados ou amarelados, com superfície irregular, sendo
essas características permanentes, mesmo com a adoção da dieta sem glúten.
Assim, a identificação desses sinais nas crianças torna os danos menos graves.
O dentista indicará qual o melhor tratamento, seja restaurador ou até com
coroas ou facetas que recuperem a forma e função dos dentes.
Para o incômodo causado
pelas feridas bucais, existem géis e pomadas que podem aliviar as dores, sem,
no entanto, curá-las.
A doença celíaca causa
um impacto importante na saúde bucal, que pode ser tratado ou até prevenido.
Assim, na presença de úlceras na boca, menor quantidade de saliva ou muitas
cáries em seguida, você deve procurar seu dentista e seu médico para tomar os
devidos cuidados.
*
Roberto Andrade Terini é dentista de adultos e crianças (CROSP 46020).
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