Muitas pessoas acreditam
na hipótese de que o carboidrato à noite pode fazer mal e estar associado ao
ganho de peso já que, no sono, o metabolismo estaria mais lento e não
precisaria de energia. Mas isso é realmente verdade?
Não é incomum encontrar
pessoas que iniciaram uma dieta por
conta própria e a primeira mudança foi cortar pão, macarrão ou qualquer outro
tipo de carboidrato à noite. Depois de um tempo, muitos desistem dessa ideia
por não enxergarem os resultados na balança.
De acordo com a médica,
o nosso organismo precisa de uma dieta
equilibrada com proteínas, carboidratos,
fibras e gorduras boas, a fim de funcionar corretamente. “Somente cortar o
carboidrato à noite não garante melhora na alimentação, principalmente se ele
for substituído por outros excessos”, diz a nutróloga. “Desde que sejam feitas
boas opções, alimentos ricos em carboidratos complexos podem melhorar a qualidade
do sono, pois contribuem para a produção de
serotonina, hormônio relacionado ao prazer e ao bem-estar ao dormir.”
Na verdade, o maior
problema não é o horário, mas o que é ingerido e a quantidade. Existem
carboidratos de alto
índice glicêmico, como pão francês, arroz branco,
macarrão e doces. “Absorvidos rapidamente pelo organismo, eles transformam-se
em açúcar e geram pico de insulina no sangue, hormônio ligado ao acúmulo de
gordura e outros problemas. O consumo excessivo pode levar a doenças
metabólicas como obesidade e
diabetes, porém agrava os riscos de doenças cardiovasculares, inflamatórias,
degenerativas e até neoplásicas”, diz a médica. “Além disso, sabemos que o
açúcar vicia física e emocionalmente, por causa de vários mecanismos
metabólicos e bioquímicos. Um estudo do Saint Luke’s Mid America Heart
Institute, USA, publicado em 2017 concluiu que o açúcar atende a muitos dos
critérios para uma substância de abuso e pode ser potencialmente viciante em
humanos e o foco da profissão médica deve estar em encontrar tratamentos que
suprimem ou eliminem esses desejos”, conta a médica.
Já os carboidratos
complexos, de baixo índice glicêmico, como arroz integral, macarrão integral,
batata-doce, abóbora, entre outros, são digeridos de forma mais lenta, além de
ter um aporte nutricional maior, já que contêm mais vitaminas, minerais e
fibras. “Mas, da mesma forma, a quantidade deve ser avaliada em cada caso,
sendo que o excesso também pode causar sobrepeso”, afirma a médica. “O ideal,
além de buscar as melhores opções, é saber dosar e manter o equilíbrio durante
o dia, evitando o excesso de calorias e a sobrecarga de carboidrato em
detrimento de proteínas, gorduras e fibras, ou o contrário”, diz. Para saber
qual o melhor plano alimentar para sua necessidade, é necessário procurar um
especialista.
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DRA. MARCELLA GARCEZ
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