Há algum tempo estudos
vêm mostrando que pessoas que bebem muito podem ter um risco aumentado de AVC.
No entanto, isso era feito com base no reporte que as próprias pessoas faziam
do quanto bebiam, o que pode ser subestimado por ela mesma.
Um novo estudo,
publicado na revista científica Stroke (da Associação Americana do
Coração) e conduzido por cientistas da Universidade de Umeå (Suécia), mostrou
que um biomarcador sanguíneo para presença de álcool (o chamado fosfatidil
etanol) pode ajudar a tornar essa previsão mais confiável.
Como o estudo foi
feito.
- Os estudiosos usaram os dados do
Coorte de Saúde e Doença do Norte da Suécia, um banco de dados coletados
durante 22 anos em que os participantes, entre outras informações,
forneciam relatos de seu consumo de álcool, a medição do fosfatidil etanol
(PEth) e o histórico de hemorragia intracerebral (que leva ao AVC
hemorrágico);
- No total, foram analisados os dados
de 277 homens e mulheres com meia idade;
- Participantes com PEth acima de 0,3
μmol/L (grupo com mais álcool no sangue) tiveram um risco até cinco vezes
maior para hemorragia intracerebral do que os que tinham níveis menores do
que 0,01 μmol/L (grupo com menos álcool no sangue);
- Essa associação foi independente do
paciente ter hipertensão
ou outros problemas que pudessem predispor a esse tipo de hemorragia;
- Os cientistas ainda compararam
esses resultados com os relatos que esses pacientes fizeram de seu consumo
de álcool, e perceberam que essa medição não era tão eficiente quanto o
exame de PEth.
Por que isso é
importante?
Primeiro por que o
estudo mostra que há realmente uma relação entre o consumo alto de álcool e o
risco de ter um AVC. Além disso, isso mostra que para prever esse tipo de
risco, é melhor contar com biomarcadores e não só com o relato dos pacientes.
"Esperávamos que
um alto consumo de álcool previsse o risco de ICH, mas fiquei surpresa com a
magnitude do aumento do risco", disse a principal autora do estudo,
Kristina Johansson, em release da Associação Americana do Coração. "Também
fiquei surpresa que o biomarcador PEth fosse muito melhor na previsão de risco
para ICH, em comparação ao consumo de álcool medido pelo questionário",
disse ela.
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