SÃO
FRANCISCO - A Coca-Cola,
que investe enormes quantias de dinheiro em anúncios, informou na sexta-feira,
26, que vai suspender por pelo menos 30 dias sua publicidade nas redes sociais
como parte de uma campanha contra o racismo nestas
plataformas.
"Não há lugar para
o racismo no mundo e não há lugar para o racismo nas redes sociais", disse
James Quincey, diretor-executivo da gigante mundial em um breve comunicado.
Quincey exigiu que as
redes sociais mostrem maior "transparência e responsabilidade",
depois que outras marcas decidiram retirar seus anúncios destas plataformas
para obrigá-las a suprimir conteúdos que incitem o ódio.
A Coca-Cola aproveitará
este período para "fazer um balanço sobre (suas) estratégias publicitárias
e ver se precisa revisá-las", explicou o diretor-executivo.
A gigante americana de
refrigerantes informou ao canal CNBC que esse "descanso" não
significa adesão ao movimento lançado na semana passada por associações de
defesa de afro-americanos e da sociedade civil.
Esta campanha, chamada
#StopHateForProfit ("Detenha o ódio para lucrar"), propõe boicotar
anúncios no Facebook em julho e conta com o apoio de várias organizações
antirracistas, como a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor
(NAACP) e a Liga Antidifamação judaica.
Seu objetivo é
conseguir uma melhor regulação dos grupos que incitam o ódio, o racismo e a
violência nas redes sociais.
Nesta sexta, a Unilever,
uma das líderes mundiais do setor agroalimentício e dos cosméticos, anunciou a suspensão
de seus anúncios em Facebook, Twitter e Instagram nos Estados Unidos pelo menos
até o fim do ano, devido a este período eleitoral "polarizado" nos
Estados Unidos.
A maior rede social do
mundo sofre há semanas uma enorme pressão por parte da sociedade civil, assim
como de alguns dos seus funcionários, usuários e clientes, que exigem que a
plataforma seja mais dura na forma de lidar com os conteúdos de ódio.
Organizações como a
Liga Anti-Difamação (ADL) e a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas
de Cor (NAACP) pediram aos anunciantes que boicotassem o Facebook como forma de
pressioná-lo a verificar melhor o conteúdo dos grupos que usam a rede social
para incitar ao ódio, ao racismo ou à violência.
Além da Unilever, responderam à solicitação a
empresa americana de telecomunicações Verizon, a sorveteria Ben & Jerry's,
e empresas de artigos esportivos como Patagonia, North Face e REI, além da
agência de emprego Upwork.
Diante da pressão
sofrida, o Facebook endureceu suas políticas de mediação de conteúdo, ao
proibir mais tipos de mensagens de ódio em anúncios publicitários e começar a colocar
advertências nas publicações problemáticas que decidir não eliminar.
Mark Zuckerberg, CEO da rede social, defende há
meses em nome da liberdade de expressão uma abordagem mais flexível que
a do Twitter e do Youtube sobretudo no que se refere ao discurso de
personalidades políticas.
Mas ele mesmo deu
detalhes sobre o endurecimento de sua posição.
A plataforma agora
suprimirá os anúncios que digam que as pessoas de determinadas origens, etnias,
nacionalidades, gênero e orientação sexual são uma ameaça para a segurança ou a
saúde dos demais, disse Zuckerberg, em um comunicado divulgado em seu perfil no
Facebook./AFP
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