Baixa ingestão
de água e queda da imunidade durante o clima frio favorecem a instalação de
microrganismos na uretra. Ginecologista Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira dá
dicas para evitar o problema.
A infecção urinária é
um problema muito comum entre mulheres durante todo o ano, afetando de 50% a
80% do público feminino em algum momento da vida, segundo dados divulgados pela
Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.
Porém, com a chegada do
inverno, a incidência dessa condição em mulheres tende a ser ainda maior. “Isso
porque, no inverno, ingerimos menos líquidos e, consequentemente, sentimos
menos necessidade de urinar. E o ato de urinar é o responsável pela limpeza do
canal da uretra. Logo, quando não ocorre com a frequência que deveria, as
bactérias ficam retidas no local, aumentando as chances do surgimento de uma
infecção”, alerta a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista membro da
Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
“Além disso, a mudança brusca de temperatura afeta todo o organismo,
ocasionando uma queda na imunidade,
o que pode facilitar a instalação de microrganismos prejudiciais.”
De acordo com a
especialista, a infecção urinária, apesar de afetar também homens e crianças, é
mais comum em mulheres devido as suas características anatômicas. “A uretra da
mulher, além de ser mais curta do que a do homem, está mais próxima do ânus, o
que favorece a passagem de microrganismos para a região”, destaca. Além disso,
a condição também é comum durante a menopausa,
já que as taxas de estrógeno, hormônio que protege o trato urinário, diminuem.
“O risco de contrair a infecção urinária também aumenta após a relação sexual,
pois a uretra sofre microtraumas que a tornam mais vulnerável às bactérias.”
Por isso, é importante
investir em alguns cuidados para prevenir o surgimento da doença,
principalmente durante o inverno. É fundamental, por exemplo, beber bastante
água, já que o líquido ajuda a limpar as bactérias da bexiga e do trato
urinário, e urinar com frequência. “É especialmente importante urinar após as
relações sexuais para auxiliar na eliminação de bactérias da uretra. Além
disso, devemos redobrar os cuidados com a higiene íntima, mantendo a vulva e o
ânus sempre limpos com água e sabão. Porém, tome cuidado para não exagerar,
pois a limpeza em excesso pode prejudicar o equilíbrio da flora da região, que
é responsável por proteger contra microrganismos prejudiciais”, aconselha a
ginecologista. É interessante ainda parar de fumar e de ingerir álcool, já que
são substâncias que irritam o trato urinário. “Evite também roupas muito justas
e que não permitam que a pele respire adequadamente, já que o calor e a umidade
facilitam a proliferação de bactérias, e troque os absorventes íntimos com
frequência”, recomenda.
Porém, caso você já
esteja sofrendo com a condição, o mais importante é consultar um médico. “Entre
os principais sintomas da doença estão dor ao urinar, febre, dor na região
lombar, forte odor ao urinar e modificação da cor da urina, que se torna turva
ou rosada”, alerta a ginecologista. Se não tratada, a infecção urinária pode
avançar para os rins em um quadro conhecido como pielonefrite, condição grave
que pode causar complicações que incluem infecção generalizada, necrose da
pelve renal e insuficiência renal crônica. Daí a importância de buscar
tratamento o quanto antes, já que, quando iniciado precocemente, as chances de
complicações sérias diminuem consideravelmente.
Segundo a Dra. Ana
Carolina Lúcio Pereira, o tratamento vai variar de acordo com a gravidade do
caso. Em casos mais leves, por exemplo, apenas aumentar a ingestão
de água é suficiente, já que o próprio
organismo se encarregará de eliminar as bactérias presentes no trato urinário.
Já em casos graves, o tratamento requer o uso de antibióticos específicos para
o tipo de bactéria encontrado na urina. “É fundamental que o tratamento seja
seguido à risca, pois, principalmente em mulheres, as recidivas da doença podem
ser frequentes e graves, necessitando, muitas vezes, de um tratamento mais
prolongado que deve ser acompanhado de perto por um profissional
especializado”, finaliza a médica.
*** Por: DRA.
ANA CAROLINA LÚCIO PEREIRA.
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