Na última terça-feira,
um cachorro atacou duas irmãs gêmeas recém-nascidas (Anne e Analu, que tinham
pouco mais de 26 dias de vida) que não resistiram aos ferimentos e vieram a
óbito.
Nesta semana, chamou a
atenção de todo o país a tragédia ocorrida em Piripá, município baiano que faz
divisa com Minas Gerais e fica distante 638 km de Salvador. Na última
terça-feira, um cachorro atacou duas irmãs gêmeas recém-nascidas (Anne e Analu,
que tinham pouco mais de 26 dias de vida) que não resistiram aos ferimentos e
vieram a óbito. O detalhe é que o animal pertencia à própria família.
Nesse sentido, muito se
pergunta o que deve ser feito para que situações como essa não se repitam
dentro da própria casa, permitindo que as crianças pequenas tenham toda a
segurança durante a fase de desenvolvimento. De acordo com a médica
veterinária, Ilka Gonçalves, apesar de ser uma fatalidade, casos de ataques de
animais aos pequenos são muito comuns.
Segundo a especialista,
os animais acabam se encaixando na rotina da família, apesar de ter as
necessidades deles. Em uma situação em que a casa vai receber uma criança no
lar – a mulher está grávida, por exemplo –, a família precisa estar atenta para
essas mudanças na rotina do animal. O barulho que as crianças fazem, enquanto
estão brincando, pode trazer alterações ao pet. “O choro, por exemplo, pode
irritar os animais”, disse a médica veterinária.
Ainda conforme Ilka, um
dos erros mais comuns cometidos pelos pais, após o nascimento das crianças, é
evitar que o animal acesse o quarto delas. Isso pode acabar gerando um
sentimento de rejeição. “Racionais somos nós. Eles são irracionais e respondem
a estímulos. O contato tem de ser supervisionado”, afirmou a especialista. Para
evitar os excessos, ela recomenda a colocação de grades de proteção, evitando
que o cachorro transite por toda a casa. Por outro lado, os donos devem também
realizar atividades com o animal, para que ele possa gastar a energia
acumulada.
LUTO.
Diante de uma situação
como esta, ainda mais vinda de um “membro” da família, como os pais devem se
portar neste momento de luto? De acordo com o psicólogo Djalma Andrade, nesse
tipo de tragédia, a dor da perda no ambiente familiar quase sempre se une ao
sentimento de culpa.
“A sensação traumática
que fica é de que o perigo morava sob o mesmo teto e que a fatalidade poderia
ter sido evitada. São reações emocionais comuns frente ao trágico com essas
características. Faltam palavras e, na falta delas, a dor aparece no discurso
extremista das emoções e sensações”, afirmou ele.
Ainda para o
especialista, é importante dialogar com esses sentimentos, deixando-os fluírem
como reações naturais que, em potência, são inerentes ao ser humano. “Quer seja
para conviver com o sofrimento, quer seja para superá-lo, sem culpa, sem culpados.
Em relação aos animais domesticados, não há dúvidas de sua docilidade e ganhos
emocionais à família, mas também não há dúvidas de que, por trás de toda essa
relação afetuosa, há um instinto animal”, salientou.
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