FONTE: AFP, https://extra.globo.com/
A Cruz Vermelha, alarmada com a falta de acesso dos países pobres às vacinas contra a Covid-19, anunciou na quinta-feira (4) um plano de 100 milhões de francos suíços (cerca de R$ 600 milhões) para ajudar a imunizar 500 milhões de pessoas vulneráveis.
De acordo com uma análise da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICR), quase 70% das doses administradas até agora aconteceram nos 50 países mais riscos do mundo. Apenas 0,1% das doses foram administradas nos 50 países mais pobres.
— É alarmante porque é injusto e porque poderia prolongar, inclusive agravar, esta pandemia terrível — afirmou o secretário-geral da FICR, Jagan Chapagain. — Sem uma distribuição equitativa, mesmo aqueles que estão vacinados não estarão seguros.
A FICR alerta que, se grandes regiões do planeta não tiverem acesso à vacinação, o vírus continuará circulando e sofrendo mutações, situação que pode levar ao desenvolvimento de novas cepas insensíveis às vacinas.
O plano da Federação Internacional não consistirá em comprar vacinas, e sim em apoiar os esforços nacionais de imunização em diversas áreas.
Em muitos países, os profissionais capacitados serão responsáveis pela distribuição física das vacina aos grupos vulneráveis e de risco. O plano inclui ainda o combate à desinformação.
Os voluntários da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho tentarão chegar às comunidades e indivíduos social ou geograficamente isolados para que não sejam excluídos da imunização.
— A igualdade não cai do céu — disse Jagan Chapagain. — Nosso plano é transportar as vacinas das capitais para que sirvam às pessoas e comunidades vulneráveis, em risco e isoladas.0
De acordo com dados da plataforma Our World in Data, até 3 de fevereiro, 107 milhões de pessoas foram vacinadas no mundo: 289 mil na África; 40,6 milhões na Ásia; 34,5 milhões na América do Norte; 2,7 milhões na América do Sul; e 26,5 milhões na Europa.
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