terça-feira, 30 de julho de 2013

DIETA AJUDA PACIENTES COM HEPATITE...

FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.
Os dados são alarmantes, a doença é silenciosa e muitas pessoas nem sabem que estão infectadas com o vírus da hepatite. As hepatites virais são doenças causadas mais comumente pelos vírus da hepatite tipos A, B, C, D ou E, que provocam inflamação no fígado.

Os especialistas advertem que uma boa nutrição proveniente de uma dieta balanceada pode ajudar a regenerar as células danificadas do fígado.

A grande maioria dos infectados com hepatite C pode vir a desenvolver cirrose num período que vai dos 10 aos 30 anos após a infecção. Ainda não está definido que fatores aceleram ou retardam a velocidade no desenvolvimento do dano hepático, porém, certamente a alimentação é um fator fundamental e a dieta certa é um processo importante para o controle do avanço da doença.

A dieta consiste basicamente em uma alimentação balanceada, livre de álcool, drogas ou cigarros, baixa em gorduras e com carboidratos suficientes para prover as calorias necessárias ao organismo. Deve-se ter muita atenção com alimentos que aumentem a quantidade de ferro, pois pessoas com hepatite C não o processam totalmente, acumulando-o no fígado e prejudicando ainda mais o órgão.

Alimentos com alto teor de ferro, como o patê de fígado, cereais fortificados, feijão preto, espinafre e carnes vermelhas devem ser ingeridos com moderação. O controle da ingestão de alimentos gordurosos também precisa ser seguido para não provocar depósitos de gordura no fígado e também manter o peso ideal para a cada tipo de altura, seguido de um programa de exercícios rotineiro.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1 milhão de mortes por ano são atribuídas às hepatites virais. Os vírus da Hepatite B (HBV) e Hepatite C (HCV) são as principais causas de câncer de fígado no mundo, correspondendo a 78% dos casos. Os principais sintomas da doença são: cansaço, fadiga, dor abdominal, urina escura, fezes esbranquiçadas, febre, diarreia, náuseas, vômitos, etc.

Complicação.
As hepatites B e C são responsáveis por 80% dos casos de câncer de fígado e cirrose hepática no mundo. Ambas as doenças são sorrateiras e correm assintomáticas por décadas nos indivíduos. Quando a pessoa percebe a infecção, geralmente é tarde demais e o fígado já está consumido pelo vírus. O recurso, nessa fase, é o transplante de fígado, que embora com boas chances de sucesso, é um processo extremamente delicado e com risco de vida. Além disso, muitos pacientes não conseguem esperar por um transplante, indo a óbito antes aparecer um órgão doado.
Em observação à data oficial de 28 de julho, para o Dia Mundial da Hepatite, diversos setores ligados à defesa da saúde estão encaminhando apelos aos líderes mundiais para que sejam feitas ações de prevenção, diagnóstico e tratamento para as Hepatites B e C.
A Organização Mundial de Saúde, afirmou, através de Sylvie Briand,  diretora do setor de pandemias,  que muita coisa ainda precisa ser feita, em termos de política de saúde, a fim de salvar as pessoas que sofrem das formas de hepatite, principalmente a B e a C e que isto reduziria também, drasticamente o custo que os governos tem com hospitalização, tratamento em fase tardia da doença e transplante de fígado.
O presidente do Fundo Mundial para a epatite (World Hepatitis Fund), entidade mundial com sede em Nova York, o brasileiro Humberto Silva, comentou sobre o cenário da doença, no mundo. “É uma verdadeira catástrofe.  Hoje existem meio bilhão de pessoas no planeta que carregam os vírus. Mas, apenas cerca de 5% delas sabem que estão contaminadas”, falou.
Os vírus das hepatites B e C (os mais graves) ficam décadas no organismo, sem sintomas. E, de acordo com o CDC (Center for Diseases Control and Preventiion) do ministério da saúde dos E.U.A. todos as pessoas nascidas entre 1945 e 1965 tem que fazer o teste da Hepatite C pelo menos uma vez na vida, pois tem 5 vezes mais chances de estarem contaminadas, sem saber. No Brasil, o número de contaminados pode ser de 5 milhões de pessoas.

Tratamento.
Segundo o coordenador da Associação Baiana para Estudos do Fígado, o hepatologista Raymundo Paraná, o tratamento das hepatites virais crônicas se constitui em grave problema de saúde pública no Brasil, e em todo o mundo. “A demanda por recursos específicos para a capacitação de equipes médicas e assistenciais, dos laboratórios centrais através de testes de biologia molecular, e a formação de estoques de antivirais destinados ao tratamento das hepatites requer grandes investimentos no setor público”, explica.
Em trabalho conjunto com a Sesab, o Hospital das Clínicas vem melhorando a assistência aos portadores de doenças hepáticas, com destaque para a realização de mutirões de biópsia a cada 30 dias. A ação já conseguiu reduzir a fila de espera de um ano e meio para apenas, duas semanas. “Os mutirões de químio embolização para câncer de fígado reduz progressivamente a lista de espera e mantém os pacientes em condições para o transplante de fígado”, conta Paraná, acrescentando que o Laboratório de Biologia Molecular para rastrear resistência viral atende a todo o estado da Bahia e que as cooperações com o Laboratório Central do Estado (Lacen) descentralizaram e agilizam as coletas de sangue dos portadores de hepatites B e C.

Domingo (28) pela manhã, uma caminhada que saiu do Porto em direção ao Farol da Barra, teve o intuito de conscientizar a população para a importância da prevenção e diagnóstico precoce das hepatites, além de divulgar orientações para o tratamento. A caminhada contou com a participação de profissionais da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), e de grupos de apoio aos portadores de hepatites virais.

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