O número de mortes
provocadas neste ano no Estado de
São Paulo pelo vírus H1N1, da gripe suína, já é quatro vezes maior do que a
mortalidade registrada em todo o ano passado. Até o dia 18, foram 327 mortes,
enquanto no ano passado 73 pessoas morreram em decorrência da doença. Em 2011,
foram só 5 mortes. No Brasil todo, foram registradas 466 óbitos, segundo o
Ministério da Saúde.
De junho até o meio de julho, o número de mortes
no Estado saltou de 259 para 327, enquanto o número de casos confirmados chegou
a 1.623. Segundo o
infectologista David Uip, diretor do Instituto Emílio Ribas, vinculado à
Secretaria da Saúde, esse número tende a aumentar porque estamos no inverno.
"Ainda poderemos ter um pico de número de
casos e mortes. Este é o pior momento, pois estamos em pleno inverno e a temperatura caiu
muito. As pessoas ficam mais aglomeradas e em locais fechados, o que facilita a
propagação do vírus", diz Uip.
De acordo com o boletim do Centro de Vigilância
Epidemiológica, os casos de gripe suína se concentram em 202 cidades e 42% das
mortes aconteceram na Grande São Paulo - a capital, sozinha, registrou 72 óbitos pela
doença (22% dos casos).
Segundo Uip, o número de mortes preocupa, mas
não é possível dizer que existe um surto ou uma epidemia, pois isso depende do
número total de casos por 100 mil habitantes e, até agora, os números estão
dentro da média.
Para Uip, uma das hipóteses para explicar o
número de mortes é que as pessoas do grupo de risco (cardiopatas, obesos,
grávidas e diabéticos) estão se vacinando menos, o que as deixa mais expostas
ao vírus. Uip também diz que neste ano o H1N1 surpreendeu e começou a causar
doenças a partir da
13ª semana do
ano (março), enquanto o normal é iniciar em maio. "No início do ano as
pessoas ainda não estavam vacinadas", avalia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário