FONTE: Do UOL, em São Paulo (esporte.uol.com.br).
O Atlético-MG conseguiu a façanha transportar o encanto do Horto para o Mineirão. A magia como local da grande campanha na Libertadores se fez presente na decisão da quarta-feira (24), quando o time de Cuca reverteu a vantagem do Olimpia, conquistada na ida no Paraguai. Diante de mais de 60 mil brasileiros, a equipe de Ronaldinho e Bernard venceu no sufoco por 2 a 0 para ser campeão da América pela primeira vez na história. A taça veio nos pênaltis, graças a mais uma atuação decisiva de "São Victor".
O goleiro que já havia brilhado em pênaltis contra Tijuana
e Newell's aumentou sua lista de defesas decisivas, parando a cobrança de
Miranda - mas se adiantando na pequena área. Gimenez errou a última cobrança, e
os brasileiros venceram finalmente por 4 a 3, sem necessidade de Ronaldinho
Gaúcho ir para o último disparo.
O título coroa a carreira de Cuca, que celebrou deixar para trás a fama de azarado. Ronaldinho Gaúcho
também acrescenta mais uma taça continental a uma galeria que já tinha uma Liga dos
Campeões. Afinado com a cúpula da CBF, o presidente Alexandre Kalil é outro que festeja seu momento mais importante dentro do
futebol.
Desta forma, a geração de Ronaldinho, Bernard, Tardelli, Jô
e Victor se junta de vez à galeria de ídolos históricos do Atlético-MG, como
Dadá Maravilha, Reinaldo, Éder e Toninho Cerezo. Com o título mais importante
da história do clube, essa turma agora sonha em desafiar o poderoso Bayern de Munique no Mundial da Fifa no fim do ano.
De quebra, o título histórico serve para tirar das costas
de Cuca uma injusta pecha de azarado. O técnico gaúcho termina a Libertadores
com boa parte dos méritos pela formação de um time ofensivo e equilibrado, que
conquistou a simpatia de muitos brasileiros – e a torcida contra dos rivais
cruzeirenses.
Este é o primeiro título do futebol brasileiro como o novo
Mineirão como cenário. Os atleticanos brigaram para jogar a final no
Independência, estádio talismã, palco de uma campanha de êxitos inesquecíveis
contra Tijuana e Newell’s. Mas, no final das contas, o tamanho da façanha do
time de Cuca merecia o gigantismo e o carisma de uma arena como a da Pampulha.
No primeiro tempo, precisando de vitória por dois gols, o
Atlético-MG conseguiu manter a bola na maior parte do tempo no campo de ataque.
Mas, mesmo com Ronaldinho participativo e um Tardelli recuado, elétrico atrás
de jogo, sofreu para vencer a marcação paraguaia. Com este cenário, as duas
melhores chances de gol foram dos paraguaios, em contra-ataque.
Aos 15min, Bareiro recebeu sem marcação na esquerda, atrás
da zaga, mas teve o chute rasteiro parado por boa defesa de Victor. Mais tarde,
aos 33min, o lateral Alejandro Silva avançou, cortou um marcador e bateu para
nova intervenção do goleiro atleticano.
Apesar dos sustos, o Atlético-MG conseguiu dominar
território. O volante Pierre se posicionou na lateral direita e liberou Michel
para virar uma peça ofensiva. Tardelli se movimentava por todos os setores de
ataque. No entanto, o time de Cuca não conseguiu produzir nenhuma grande
oportunidade antes do intervalo.
Mas toda a frustração da etapa inicial se transformou em
euforia antes do primeiro minuto do segundo tempo. Após uma bola cruzada de
Rosinei, Jô contou com a furada de Pittoni e quase deitou para abrir o placar,
em seu sétimo gol na Libertadores.
Em vantagem, o Atlético-MG embalou no ataque e teve boas
chances através dos pés de Jô, Tardelli e Junior César. Aos 33min, Martín Silva
conseguiu ótima defesa em chute colocado de Ronaldinho Gaúcho. No rebote,
Tardelli, impedido, jogou por cima.
Depois de muita espera, o Mineirão sentiu um abalo sísmico
aos 43min, quando Leonardo Silva subiu na segunda trave e escorou de cabeça no
canto oposto, fazendo 2 a 0 e empatando o placar agregado na final.
O resultado compensou a derrota de Assunção e levou a
decisão para a prorrogação. Com um homem a mais, graças à expulsão de Manzur, o
Atlético-MG pressionou, teve chances, mas acabou parando nas mãos do goleiro
Martín Silva. Mas, nas penalidades, quem iria brilhar era o goleiro da casa.
No fim, os paraguaios voltam para casa sem o sonho do
tetracampeonato. Para quem fica, a conquista do Atlético-MG na quarta-feira
leva o futebol brasileiro a 17 taças na Libertadores, ainda cinco a menos em
relação aos argentinos. A noite em Belo Horizonte vai ser pequena para o
tamanho da alegria atleticana.
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