FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
São dez mil novos casos por ano, de acordo
com o Ministério da Saúde. Cerca de 3 milhões de pessoas, no Brasil, possuem a
doença, a maioria delas sem saber que tem. Silenciosa, ela destrói o fígado e
pode provocar em longo prazo cirrose e tumores.
A hepatite C ainda não possui uma vacina
específica, mas os novos medicamentos criados para tratar a patologia são
eficientes. “Os inibidores de protease [enzima] têm sido incluídos no
tratamento contra a hepatite C com grandes perspectivas de aumentar os índices
de cura e redução de complicações da doença”, detalha o infectologista-chefe do
Hospital Villa-Lobos, Cláudio Gonsalez. A eficácia das novas medicações pode
chegar a 80%.
Dia 28 de julho foi a data
escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para marcar o Dia Mundial de
Luta contra a Hepatite. A forma de identificação da doença é por meio do
Anti-HCV, um exame de sangue específico que detecta a presença de anticorpos contra o
vírus no organismo. Uma vez diagnosticada a patologia, o poder público arca com
as despesas. “O Estado banca toda a medicação necessária para os pacientes que
necessitam de tratamento conforme normas pré-definidas”, lembra Gonsalez.
A principal diferença entre a hepatite C e
os outros tipos diz respeito ao vírus que provocou a infecção. No entanto, as
formas de contaminação são diferentes. “Na hepatite ‘A’ a transmissão ocorre
através da ingestão de alimentos ou água contaminada, na B a transmissão se dá
da mesma forma que a C, porém, com muito maior facilidade”, resume o
especialista. A principal forma de contaminação da hepatite C é através de
secreções e fluídos corpóreos (sangue e secreções sexuais). O médico ressalta
ainda que há outras formas de contágio, embora menos frequentes. “É possível a
transmissão transplacentária ou mesmo no aleitamento”, conta.
O médico explica que a ação do vírus da
hepatite C é lenta e, na maioria das vezes, assintomática. “O processo
evolutivo [da doença] resulta em destruição parcial do fígado. Essa destruição
promove uma tentativa de reparação com substituição do tecido destruído por um
cicatricial, o qual não tem as mesmas funções do original”, observa o
infectologista. Segundo ele, essa destruição maciça do tecido original leva a
uma restituição parcial, o que pode provocar perda da função hepática, levando
a doenças como a cirrose.
A evolução lenta da doença e o
fato da infecção por hepatite C não aparecer em exames de rotina pode levar as
pessoas contaminadas a descobrirem a patologia tardiamente. “Pode-se viver a vida toda com
hepatite C sem que se tenha nenhum sintoma, porém, algumas pessoas podem em 20
a 30 anos após ter contraído a doença, apresentarem sintomas como cirrose, com
insuficiência hepática e hepatocarcinoma (câncer)”, explica o médico. A OMS
considera a hepatite uma pandemia e estima que cerca de 150 milhões de pessoas possuam a doença.
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