FONTE: Raquel Paulino/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Personagens da moda e combinações
de cores são as maiores preocupações de crianças e adolescentes em relação à
mochila que levarão para a escola. Mas esses fatores estão longe de ser os mais
importantes na escolha do acessório: o que conta mesmo são o formato e o
revestimento das alças, os reforços estruturais e a possibilidade de regulagem
da altura. Cabe aos pais prestar atenção a esses detalhes na hora da compra.
Alças.
A mochila deve ter duas alças largas e acolchoadas. “Tanto crianças quanto
adolescentes devem usá-la com as alças passadas nos dois ombros. Nada de
colocá-la de um lado só ou usar modelos de tira única. Pode parecer descolado,
mas também pode causar uma escoliose no futuro”, adverte o ortopedista Miguel
Akkari, do comitê de ortopedia pediátrica da Sociedade Brasileira de Ortopedia
e Traumatologia (SBOT). O ortopedista pediátrico Carlos Lopes complementa que a
mochila tem que ficar sempre nas costas: “Evite usá-la para a frente, apoiada
na barriga”.
Regulagem da altura pelas
alças.
É imprescindível que as alças sejam reguláveis, para permitir que cada pessoa
as adapte ao seu corpo. Tanto Akkari quanto Lopes recomendam que a mochila
fique bem junto às costas e que seu final seja ajustado na altura da linha da
cintura.
Reforços estruturais.
A parte posterior da mochila (aquela que fica junto às costas) deve ter um
reforço estrutural acolchoado e resistente. “Ele protege o corpo contra objetos
pontiagudos e mesmo contra os cantos de livros e cadernos. Evita desconfortos”,
afirma Akkari.
Peso.
Vazia, a mochila deve ser o mais leve possível – e hoje em dia os fabricantes
preocupam-se com o desenvolvimento de componentes com cada vez menos peso.
Cheia, ela deve pesar aproximadamente 10% do peso da criança. Por isso, é
essencial que os pais ensinem os filhos a serem responsáveis e a levar apenas o
material necessário para o dia. “Não precisa carregar tudo de todas as matérias
todos os dias. Bem orientados, eles não esquecerão nada. Além de ajudar na saúde
das costas, isso beneficia o amadurecimento da criança”, ensina Akkari
Distribuição do material.
Os melhores modelos de mochila são os altos. “Quanto mais larga, mais difícil
manter a boa postura”, diz Lopes. Portanto, livros e cadernos deverão ser
colocados em pé dentro dela. Akkari sugere ainda que estojos e outros
acessórios sejam acomodados na frente desses materiais ou em compartimentos
mais distantes do corpo.
Nas costas ou com rodinhas?
Essa escolha fica por conta do gosto da criança ou do adolescente que for usar
a mochila. O único fator a levar em consideração é por onde ela passará.
“Mochilas com rodinhas só são confortáveis em superfícies lisas ou rampas. Se
não for esse o caso, se a pessoa for subir e descer escadas, é melhor usar os
modelos que ficam nas costas”, aconselha Akkari. Lopes salienta que as rodinhas
exigem menos força e resultam em menos dores musculares, mas conta que, em sua
experiência, percebe que elas só agradam aos mais novinhos. “As crianças mais
velhas e os adolescentes não gostam. Acham ‘um mico’ arrastar a mochila desse
jeito.”
Lancheira.
Lancheiras são usadas por crianças do ensino fundamental – as mais velhas
preferem levar o lanche na mochila ou comprar na
cantina da escola – e suas características não devem causar preocupações nos
pais, de acordo com Akkari: “O peso é mínimo, pois ela comportará suco, um
sanduíche, alguns biscoitos. Dá para escolher pela beleza, sem problema
nenhum”.
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