FONTE: Amanda Sant’ana, TRIBUNA DA BAHIA.
Um vício chamado de síndrome de
overtraining ou supertreinamento! Muito conhecido e antiga exclusividade dos atletas, o exagero
na atividade física ultimamente tem estado presente nas academias, atingindo pessoas obcecadas por malhação, amadores e
até crianças. O excesso de malhação é comum em homens que possuem o objetivo de
hipertrofia, ou seja, que desejam ganhar músculos rapidamente. No caso das mulheres, o exagero
ocorre frequentemente na busca pelo emagrecimento rápido.
Passar horas malhando é
verdadeiramente prejudicial e esse abuso pode causar problemas musculares e até
articulares. Além disso, o exagero de peso, por exemplo, pode ter várias consequências, desde
problemas articulares do joelho, problemas da coluna como hérnias de disco,
rupturas musculares, distensões e até contraturas: “Infelizmente nas academias
os controles do exercício são falhos uma vez que por motivos comerciais os
instrutores acabam não interferindo no treino que o aluno decidiu fazer. Claro
que toda regra tem exceções e tem muitas academias que se preocupam com este
tipo de coisa orientando o aluno, mas muitas vezes tem que respeitar a vontade
do mesmo”, afirma o médico ortopedista, Fábio Costa.
O exagero na atividade física
pode gerar, também, dor crônica, edema (inchaço), limitação de algumas funções
da articulação e, muitas vezes, lesões permanentes: “Nossa coluna, por exemplo,
não foi projetada pelo grande arquiteto do universo pra suportar o peso do corpo que já suportamos, fomos projetados pra andar de
4 pés e quando ficamos na posição bípede (2 pés) já começamos a sobrecarregar a
coluna. Agora imagine isso associado a uma sobrecarga? Muito arriscado”,
avaliou Costa.
Um dos primeiros sinais de que
houve abuso na malhação são as dores contínuas. O especialista explica que,
normalmente, o incômodo aparece de 24 a 48 horas após os exercícios, em decorrência
da degradação muscular e da lesão pelo esforço, podendo cessar em dois a três
dias, porém, a permanência do sintoma é um alerta de que
algo está errado.
Para evitar esses problemas,
Fábio Costa explica que instrutores de academia devem orientar seus alunos
minimizando os exercícios feitos de forma errada, responsáveis por
agredir o corpo: “Deixando claro que sou absolutamente a favor da musculação,
inclusive com boa orientação. No caso das crianças de sete anos, por exemplo,
pode vir a treinar boxe, interligando a musculação, desde que tudo seja de
forma muito lúdica, usando o peso do próprio corpo e realizando exercícios de
sentar e levantar”, ensinou.
Para aqueles alunos que desejam entrar na academia mas está há muito tempo parado, a dica é que
realize atividades de baixo impacto como alongamento, caminhadas e musculação
com pouco peso. Mas, antes mesmo de iniciar uma atividade, Fábio Costa dá a
dica: “Uma das melhores formas da pessoa saber seus limites é fazendo avaliação
fisiológica. O aluno precisa entender que ele tem que ser prudente e ter bom
senso. Aliado a isso, as academias devem promover saúde e qualidade de vida aos
alunos”.
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