FONTE: Estadão
Conteúdo, CORREIO DA BAHIA.
Segundo a advogada de defesa, Ieda Ribeiro de Souza,
a tropa da Rota nesse pavimento era formada por 31 PM.
A segunda etapa
do júri do Carandiru começará na segunda-feira, 29, com 26 policiais militares
acusados por 78 mortes ocorridas no 2.º pavimento da Casa de Detenção - 70% das
111 mortes do chamado Massacre do Carandiru, em 1992. Mas o único acusado
individualmente pelo Ministério Público por 5 das 78 mortes nessa ala ainda não
irá ao banco dos réus - o coronel reformado Luiz Nakaharada, que integrava o 3°
Batalhão de Choque, aguardará a última etapa do julgamento.
Nakaharada, na época, era o oficial de maior
patente, logo após o coronel Ubiratan Guimarães, comandante de toda operação no
complexo. O coronel liderou a invasão ao 2.º andar do Pavilhão 9 do Carandiru. Dois oficiais abaixo na linha
de comando serão julgados nesta segunda: o capitão Valter Alves Mendonça e o
tenente-coronel Salvador Madia, que em novembro de 2011, assumiu o comando da
Rota, mas foi transferido para 4.º Batalhão de Choque, em setembro de 2012.
Segundo a advogada de defesa, Ieda Ribeiro de Souza, a tropa da
Rota nesse pavimento era formada por 31 PMs - três deles morreram e um teve
processo suspenso pela Justiça, por causa de um incidente de insanidade mental
instaurado. O ex-soldado da Rota Cirineu Carlos Letang Silva ficou conhecido
como o “matador de travesti”. O júri foi dividido em 5 fases, conforme o
pavimento. Um ocorrido em abril, o que começa segunda e mais três etapas: o 3.º
e 4. º andares e, por fim, Nakaharada. Ainda deve haver um bloco sobre crimes
de lesão corporal grave, mas a defesa crê que os delitos prescreveram.
Para a
promotoria, pesam sobre os acusados do 2.º andar do Carandiru as provas mais
robustas de que houve execução sem possibilidade de defesa - como corpos com
mais de oito tiros e marcas de projéteis nas vítimas e nas paredes das celas
que mostram rajadas de até 300 disparos. Mesmo assim, o resultado dependerá da
consciência dos jurados, que pode não ser a mesma dos que condenaram outros 23
PMs em abril.
Desaparecimento.
O juiz José Augusto Nardy Marzagão ordenou em abril a abertura de um inquérito para apurar por que não foram localizados os projéteis extraídos dos corpos, após a invasão. Ieda diz que o exame de balística é essencial para determinar a separação de cada conduta para a condenação. Na ação, o Instituto de Criminalista (IC) afirma que todo o material foi levado pelo 9.º Distrito Policial. Já a unidade diz que nunca recebeu laudo do IC sobre os projéteis. E o Departamento Técnico de Inquéritos Policiais concluiu que essas provas não foram depositadas. “Nós não sabemos se esses projéteis sumiram agora ou há 20 anos atrás”, diz Ieda. A confrontação balística foi pedida pelo MP e pela advogada. A Secretaria de Segurança Pública diz que o caso será apurado.
O juiz José Augusto Nardy Marzagão ordenou em abril a abertura de um inquérito para apurar por que não foram localizados os projéteis extraídos dos corpos, após a invasão. Ieda diz que o exame de balística é essencial para determinar a separação de cada conduta para a condenação. Na ação, o Instituto de Criminalista (IC) afirma que todo o material foi levado pelo 9.º Distrito Policial. Já a unidade diz que nunca recebeu laudo do IC sobre os projéteis. E o Departamento Técnico de Inquéritos Policiais concluiu que essas provas não foram depositadas. “Nós não sabemos se esses projéteis sumiram agora ou há 20 anos atrás”, diz Ieda. A confrontação balística foi pedida pelo MP e pela advogada. A Secretaria de Segurança Pública diz que o caso será apurado.
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