FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

Ao contrário do que muita gente
pensa, roncar não é normal em nenhuma época da vida. O ronco é um sinal que o
corpo dá de que há algo errado. Alfredo Lara, otorrinolaringologista do
Hospital CEMA, em São Paulo, e especialista em medicina do sono,
explica que o ronco pode ser ocasionado por diversos fatores e o mais comum
deles é o envelhecimento.
“O ronco é mais freqüente no homem com mais
de 50 anos. Entretanto, na faixa pediátrica isso também é comum, em média,
crianças roncam mais do que um adulto jovem e isso acontece pelo excesso de
tecidos de defesa, como amígdalas e adenoide”, ressalta o médico.
Um dado surpreendente é que em uma
determinada época da vida o número de mulheres que sofrem com o ronco salta
significantemente. “Aos 30 anos, 24% dos homens roncam e apenas 8% das
mulheres. Aos 50 anos, esses números saltam para 60% e 50%, respectivamente”, explica.
Um alerta dado pelo especialista
é que todo ronco deve ser investigado, pois ele pode estar associado à apneia
do sono, que é a doença existente por trás do ronco. “Nem todo ronco está
relacionado com a apneia, mas quem tem a doença com certeza ronca, por isso é importante procurar
o especialista o quanto antes para aplicar o tratamento adequado”.
Atualmente, mais de 10% da população acima
de 65 anos apresentam apneia obstrutiva do sono, contudo, a doença não afeta só
essa faixa etária. Num estudo publicado em 1993, entre americanos de 30 a
60 anos, 9% das mulheres e 24% dos homens apresentavam índices de distúrbio
iguais ou maiores do que 5.
Cerca de 2% das mulheres e 4% dos homens
queixavam-se também de sonolência durante o dia. Em crianças, é possível
encontrar episódios em cerca de 1% a 3%, dos casos.
Os sintomas mais
comuns são ronco, episódios visíveis de interrupção da respiração e sonolência
excessiva durante o dia. Nos casos mais graves, os portadores acordam com a
sensação de que estão sufocando.
O especialista do CEMA, Alfredo Lara, chama
a atenção ainda para a quantidade de doenças decorrentes da apneia obstrutiva
do sono. “As pessoas que sofrem desse distúrbio podem desencadear doenças
cardiovasculares, metabólicas, disfunções sexuais, alterações na memória. 93%
dos apneicos têm pressão alta associada. E a redução da expectativa de vida
também é significativa, de 10 a 15 anos”.
Por isso, é importante procurar um médico se
houver a manifestação de algum desses sintomas. O rápido diagnóstico
possibilita dar ao paciente o tratamento mais adequado, evitando futuras
complicações à saúde.
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