FONTE: Danilo Macedo/Agência Brasil,
TRIBUNA DA BAHIA.
No Dia do Radialista, a
presidente Dilma Rousseff assinou na quinta-feira (7/11), em cerimônia no
Palácio do Planalto, o decreto que permite a migração das rádios AM para a
faixa FM. O decreto atende a um pleito do setor, preocupado com o aumento dos
níveis de interferência. No discurso, Dilma disse que as rádios AM são um
patrimônio do país e que o Estado deve dar as condições para que elas continuem
prestando serviços e se adaptando.
A presidente também relembrou programas
da Rádio Nacional que ouvia na infância, de vozes e artistas que fizeram
sucesso no veículo de comunicação. Segundo ela, seu programa semanal no rádio,
o "Café com a Presidenta", propicia chegar mais perto da população,
como uma conversa.
Antes da cerimônia, na conta no
Twitter, Dilma escreveu que a migração das rádios AM para FM significará mais
qualidade de transmissão com menos ruídos e interferências, permitindo às
emissoras de rádio ampliar a audiência. “Sou fã de rádio. Cresci ouvindo
radionovelas e por muito tempo testemunhei como o rádio foi o eixo da
integração da cultura e da
identidade nacional.”
A Associação Brasileira de Emissoras de
Rádio e Televisão (Abert) estima que 90% das 1.784 emissoras AM passem a operar
na faixa FM. “Nessa frequência, as rádios ganharão qualidade de áudio e de
conteúdo, competitividade e alcance por meio de telefones celulares”, informou
a associação.
Segundo o presidente da Abert, Daniel
Slavieiro, “a assinatura do decreto é o fato mais relevante para o rádio AM nos
últimos 50 anos”. Segundo ele, o custo da migração para as rádios, na compra de
equipamentos, será de aproximadamente R$ 100 milhões
Slavieiro explicou por que migrar para a
faixa FM em vez de partir direto para a rádio digital. “Por muito tempo
acreditamos que a solução seria a digitalização, mas os testes demonstraram que
as dificuldades no AM digital são similares às no analógico”, disse,
acrescentando ainda a importância da presença nos dispositivos móveis, cada vez
mais populares entre a população.
“Somente transmitindo na faixa de FM que
seremos sintonizados pelos mais de 160 milhões de aparelhos celulares que têm
rádio, sem custo algum para o usuário. Essa é a importância da medida.”
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo,
disse que os interessados na migração poderão protocolar requerimento no
ministério a partir de 1º de janeiro de 2014. Quem quiser se manter na AM
poderá manifestar interesse em ampliar a cobertura nessa faixa. “Para a
migração, a Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] fará estudos de
viabilidade técnica com vistas a verificar se a inclusão de um novo canal é
possível”, explicou o ministro.
Segundo Bernardo, durante um certo tempo
será permitido que as rádios transmitam em AM e FM, para que haja a migração da
audiência “sem sobressaltos”. “Na hipótese de não haver canal de rádio FM
disponível na localidade, serão usadas as frequências ocupadas atualmente pelos
canais 5 e 6 de televisão, após finalizado o processo de digitalização da
televisão”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário