FONTE: Marianna Feiteiro (www.bolsademulher.com).
Psicólogo descreve as características e possíveis causas do problema, bem como tratamento.
Queixa comum entre as mulheres, a impossibilidade
de ter orgasmos é um problema que também pode atingir os homens. Assim como
acontece nos casos femininos, a origem da condição é quase sempre psicológica,
apesar de poder ser desencadeada por fatores físicos.
O que é orgasmo?
Segundo explica o psicólogo
Martinus Christen Koepsel, orgasmo é uma resposta fisiológica natural diante de
um estímulo sexual considerado prazeroso pelo homem. “Ele se caracteriza pela
ejaculação e pela sensação de alívio da tensão sexual que percorre o corpo
todo”, explica.
No entanto, apesar de muitas
vezes serem considerados a mesma coisa, o orgasmo e a ejaculação são dois
fenômenos distintos, que, em casos raros, podem acontecer separadamente. “É
perfeitamente possível que um ocorra sem o outro. Porém, habitualmente, a
ejaculação é acompanhada do orgasmo e vice-versa”, afirma o especialista.
Transtorno do Orgasmo Masculino
Quando o homem não consegue
gozar durante a penetração, ele apresenta um Transtorno do Orgasmo
Masculino chamado de anorgasmia masculina. A condição é rara e se
caracteriza pela impossibilidade de obter a sensação de alívio da tensão sexual
inerente ao orgasmo (quando há a contração e relaxamento muscular) mesmo
havendo ejaculação. “Em outras palavras, é como se a ejaculação acontecesse sem
a característica prazerosa”, descreve o psicólogo.
Outro transtorno que pode
acometer o homem é a ejaculação retardada, ou ejaculação inibida. Nele,
o homem até consegue atingir o orgasmo, porém só após uma intensa e prolongada
estimulação oral ou manual e muito dificilmente através da penetração. “Nessa
condição, o homem frequentemente extrapola o tempo considerado satisfatório
pelo casal para chegar à ejaculação”, explica Martinus. Em alguns casos, o
homem não chega a ejacular.
Em ambos os quadros, o transtorno ocorre durante o ato sexual. “Alguns
homens afirmam que conseguiriam chegar ao orgasmo mais facilmente se
masturbados pela companheira, mas não com a penetração. Já na masturbação
individual, o desenvolvimento da excitação e da ejaculação é satisfatório para
o sujeito. Isso não significa que não haja problemas na masturbação, apenas que
ele é pouco significativo se comparado ao desempenho do homem durante um
relacionamento sexual”, esclarece o profissional.
Causas e tratamento
Alguns medicamentos podem levar
ao retardamento da ejaculação e à diminuição do desejo sexual e do prazer.
Cirurgias urológicas e neurológicas, cardiopatias, doenças vasculares e
diabetes também podem estar associados à disfunção.
Porém, segundo o especialista, o
problema de saúde não pode ser considerado a única causa do transtorno. “O
fator psicológico é muito importante, talvez o principal. É muito comum que
homens saudáveis acreditem, inicialmente, que a condição tem a ver com algum
distúrbio orgânico e busquem desesperadamente um medicamento que acabe com o
problema”, diz. “Os remédios podem ajudar. Entretanto, a combinação entre o
tratamento medicamentoso e psicoterápico é o que demonstra melhores
resultados”, completa.
O homem que vivenciou algum tipo
de distúrbio sexual deve procurar um urologista para investigar a origem
do problema. Se for o caso, ele será encaminhado para um psicoterapeuta, que
fará um tratamento paralelo. “A psicoterapia sexual ainda é o modo mais efetivo
para tratar disfunções dessa natureza”, afirma Martinus.
Parceiras: como agir?
É essencial que a companheira
diga abertamente o que sente ao companheiro, porém, tomando o cuidado de adotar
uma postura compreensiva e de se colocar à disposição para ajudar. “Muitas
delas escondem de seus namorados ou maridos o profundo descontentamento e
cansaço que sentem, pois têm medo de magoá-los. Da mesma forma, muitas têm o
pensamento de incompetência por acharem que são responsáveis pelo problema”,
revela o psicólogo.
Segundo ele, o comportamento
ativo do casal é importante para o sucesso do tratamento. De acordo com cada
caso, o psicoterapeuta pode sugerir recursos a serem realizados em casa que
podem ajudar na superação do problema.
Se o distúrbio não for tratado, pode levar a uma vida conjugal
insatisfatória para ambos. O homem casado que apresenta transtorno do orgasmo
pode passar a evitar o sexo ou praticá-lo de forma desmotivada, enquanto o
homem solteiro pode evitar sair com mulheres para não iniciar um contato sexual
frustrante. Depressão e ansiedade também estão correlacionados ao problema.
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