sábado, 23 de novembro de 2013

IDOSOS ESPERAM POR CARINHO E ABRIGO...

FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.

A história de cada um deles é das mais diversas. Uns não têm mais ninguém no mundo, outros possuem famílias  que os visitam regularmente, alguns preferem ficar justamente para se afastar do péssimo vinculo familiar. Todas estas realidades se encontram nos abrigos de idosos de Salvador, onde a maioria sustentada por ações filantrópicas, pelo gesto de carinho e atenção de alguns soteropolitanos que dedicam a vida a cuidar do próximo.  Sem a ajuda do poder público e enfrentando dificuldades, as instituições de caridade e atenção ao idoso ainda são responsáveis por receber boa parte deste público espalhado pela cidade.

Administrado pela prefeitura, apenas o abrigo Dom Pedro II, localizado na Avenida Dendezeiros, cidade baixa, é oferecido pelo poder público. No total são 75 vagas, atualmente todas preenchidas, segundo informou a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza, responsável por administrar o serviço. Única opção sem custo algum para o morador, a instituição recebe reforma do prédio central, com mudanças nas dependências, incluindo pintura e abertura de acesso à praia para que os idosos possam tomar sol pela manhã, além da contratação de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, conforme informou a Semps.
Assim como a entidade, inúmeras instituições de atendimento e hospedagem de idosos encontram-se lotadas, devido à grande demanda causada por fatores diversos como abandono, falta de familiares ou ausência de quem os cuide.

Presidente da Instituição Lar Esperança dos Idosos, Jaime Nascimento dos Santos, recebe hoje no abrigo 23 idosos, capacidade máxima do local. Segundo ele, o perfil do morador do abrigo varia muito e a demanda pela procura de um lar está cada vez maior.  “Cada dia que passa aumenta o número de pessoas procurando uma vaga, mas é muito difícil, embora existam inúmeros abrigos como este espalhado pela cidade”, afirmou. Sem ajuda do governo e funcionando graças a doações e com recursos doados pelos próprios idosos através da aposentadoria, a casa enfrenta dificuldades em pagar as contas e comprar a alimentação essencial aos seus moradores.

Segundo ele, a procura nos últimos meses é consequência do cumprimento da nova lei das domésticas. “Sem ter com quem deixar os idosos e preocupados em abandoná-los sozinhos em casa, estas pessoas estão a procura de abrigos que ofereçam segurança e atenção a eles. Deixar um idoso no abrigo não quer dizer abandoná-lo, pelo contrário. Muitas vezes a convivência nestas lares são mais prazerosas para o idoso do que ficar sozinho em casa”, finalizou.

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