FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
A história de cada um deles é das
mais diversas. Uns não têm mais ninguém no mundo, outros possuem famílias que
os visitam regularmente, alguns preferem ficar justamente para se afastar do
péssimo vinculo familiar. Todas
estas realidades se encontram nos abrigos de idosos de Salvador, onde a maioria
sustentada por ações filantrópicas, pelo gesto de carinho e atenção de alguns
soteropolitanos que dedicam a vida a cuidar do próximo. Sem a ajuda do
poder público e enfrentando dificuldades, as instituições de caridade e atenção
ao idoso ainda são responsáveis por receber boa parte deste público espalhado
pela cidade.
Administrado pela prefeitura,
apenas o abrigo Dom Pedro II, localizado na Avenida Dendezeiros, cidade baixa, é
oferecido pelo poder público. No total são 75 vagas, atualmente todas
preenchidas, segundo informou a Secretaria de Promoção Social e Combate à
Pobreza, responsável por administrar o serviço. Única opção sem custo algum
para o morador, a instituição recebe reforma do prédio central, com
mudanças nas dependências, incluindo pintura e abertura de acesso à praia para
que os idosos possam tomar sol pela manhã, além da contratação de médicos,
enfermeiros e fisioterapeutas, conforme informou a Semps.
Assim como a entidade, inúmeras instituições
de atendimento e hospedagem de idosos encontram-se lotadas, devido à grande
demanda causada por fatores diversos como abandono, falta de familiares ou
ausência de quem os cuide.
Presidente da Instituição Lar
Esperança dos Idosos, Jaime Nascimento dos Santos, recebe hoje no abrigo 23
idosos, capacidade máxima do local. Segundo ele, o perfil do morador do abrigo
varia muito e a demanda pela procura de um lar está cada vez maior. “Cada
dia que passa aumenta o número de pessoas procurando uma vaga, mas é muito
difícil, embora existam inúmeros abrigos como este espalhado pela cidade”,
afirmou. Sem ajuda do governo e funcionando graças a doações e com recursos
doados pelos próprios idosos através da aposentadoria, a casa enfrenta
dificuldades em pagar as contas e comprar a alimentação essencial aos seus
moradores.
Segundo ele, a procura nos últimos meses é
consequência do cumprimento da nova lei das domésticas. “Sem ter com quem
deixar os idosos e preocupados em abandoná-los sozinhos em casa, estas pessoas
estão a procura de abrigos que ofereçam segurança e atenção a eles. Deixar um
idoso no abrigo não quer dizer abandoná-lo, pelo contrário. Muitas vezes a
convivência nestas lares são mais prazerosas para o idoso do que ficar sozinho
em casa”, finalizou.
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