quinta-feira, 7 de novembro de 2013

MAIS DE 90 RÁDIOS AM DA BAHIA PODERÃO MIGRAR PARA A FM...

FONTE: Flávio Oliveira (flavio.oliveira@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.


A migração vai exigir investimentos estimados em R$ 115 milhões em equipamentos e serviços especializados e vai aumentar a competitividade entre emissoras de rádio e entre diferentes tipos de mídias.
O mercado de mídia no Brasil será alvo de nova reviravolta a partir de hoje quando, em comemoração ao Dia do Radialista, a presidente Dilma assina decreto permitindo a migração das 1.784 rádios AMs do país para faixas de FM. 

A migração vai exigir investimentos estimados em R$ 115 milhões em equipamentos e serviços especializados e vai aumentar a competitividade entre emissoras de rádio e entre diferentes tipos de mídias por fatias do bolo de anúncios publicitários responsáveis pela sobrevivência de todos os tipos veículos de comunicação. A medida alcança 98 transmissoras AM na Bahia, que se somam às já existentes 168 estações FMs e 329 comunitárias. 

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A Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP) não possui números sobre os investimentos feitos por anunciantes na mídia rádio, mas seu presidente, Pedro Dourado, admite que, como em todo o mercado de mídia, há restrição de verbas. “A concorrência por fatias do bolo publicitário vai aumentar e isso pode mudar o mercado e criar uma concorrência prejudicial”, admitiu.  

Ao mesmo tempo, por meio de acesso pela internet residencial, no trabalho ou locais públicos põe rádios, sites, portais e TVs disputando a atenção do mesmo público. Dados da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) apontam que entre 60 e 65% dos celulares em uso no Brasil tem rádio FM.

A atual reviravolta no mercado de mídia, como todas as mudanças ocorridas no setor nos últimos 15 anos, é uma imposição tecnológica. Antenas e torres de telefonia celular e de transmissão de energia, associada ao crescimento das cidades, aumentam as interferências no sinal das transmissoras AM. O sinal ruim afasta anunciantes e ouvintes. 

As próprias emissoras reivindicavam a migração para FM. “A Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) desenvolveu um trabalho intenso para chegar a esse resultado. Nossa maior preocupação era elevar a audiência das AM, pois, sem ouvintes e anúncios, estavam a ponto de fechar as portas”, declarou o presidente da entidade, Luís Cláudio Costa.  Dourado, da ABMP, completa: “As mudanças tecnológicas são inevitáveis. O processo AM é rudimentar. É como o que acontece no interior, com as motos tomando o lugar dos jegues”.

Migração.
A migração também é fonte de preocupação para os trabalhadores. Ivonildo de Jesus, diretor de base do Sindicato dos Radialistas, afirma que pode haver desemprego caso as atuais AMs, ao migrarem para o FM, revejam suas estratégias, trocando uma programação jornalística por uma musical. 

Não há prazo determinado e a mudança de AM para FM sequer é uma obrigação. Vai depender da opção de cada emissora. Feita a opção pelo FM, a estação terá um tempo limitado para manter os sinais nas duas faixas para efeito de divulgação da nova faixa de transmissão da rádio. Após este tempo, o sinal AM será desligado. Em cidades em que exista espaço na frequência FM a migração será de maneira imediata. Quando este espaço não existir, a emissora terá de aguardar a abertura de sinal em FM para poder migrar.



Associação de rádios considera mudança positiva.

O presidente da Associação Baiana de Emissoras de Rádio e TV, Abart-Ba, Fernando Henrique Chagas, crê que a mudança é positiva. “A migração de AMs para FMs vai criar mais concorrência entre as emissoras, mas a principal concorrência do setor se dá com as rádios comunitárias, que ilegalmente vendem publicidade como se fossem apoio cultural sem que Anatel e Polícia Federal consigam fiscalizar”, disse. 

Chagas lembrou que as rádios comunitárias recebem isenção fiscal e têm operação mais barata, o que gera uma concorrência desleal, sobretudo agora, quando projeto de lei em tramitação no Congresso quer autorizar às comunitárias a capitação de recursos publicitários. “A publicidade em rádio é basicamente feita pelo comércio local, que, claro, opta pelo anúncio mais barato das comunitárias, que não precisam pagar impostos e trabalhadores”, explicou.

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