sábado, 2 de novembro de 2013

SENADO DISCUTE PESO DA MOCHILA ESCOLAR...

FONTE: Naira Sodré, TRIBUNA DA BAHIA.

Não é difícil olhar pelas ruas e ver crianças e adolescentes carregando enormes mochilas escolares. A cada dia são diferentes matérias, com grandes livros e cadernos, que deixam as bolsas abarrotadas e quase impossíveis de carregar. Mesmo assim, os alunos não abrem mão de sobrecarregar as bolsas, não gostam de levar nada nas mãos, preferem colocar nos ombros. O fisioterapeuta Paulo Costa alerta os pais para este perigo. De acordo com ele, os futuros adultos podem desenvolver problemas de coluna por conta desta prática e ficam desde já com a postura afetada.

Por conta deste fato, o peso total do material transportado pelos estudantes em suas mochilas, pode passar a ser controlado por lei. A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado analisa o projeto de lei, já aprovado pela Câmara (PLC 66/2012), que estabelece limite de peso a ser carregado nas mochilas dos estudantes.

A proposta determina que o volume de material escolar transportado corresponda a 15% do peso corporal do aluno. Isto porque uma criança de seis a oito anos, que em média pesa 20 quilos, não poderia carregar mochilas  com peso superior  a três quilos. Além de limitar o peso, os senadores querem  também que as escolas sejam obrigadas a fornecerem armários para que os estudantes guardem parte do material escolar.

O projeto de Lei é do deputado federal Sandes Júnior e, segundo ele, a Sociedade Brasileira  de Ortopedia estima que cerca de 60% a 70% dos problemas de coluna na fase adulta são causados por sobrecarga de peso e esforços repetitivos na infância. “As costas foram projetadas para suportar peso, mas não é simples dizer o peso máximo que pode ser carregado. Vale o bom senso, não ultrapassando nunca 10% do peso da pessoa, ou então a adoção de um sistema de armários nas escolas”, disse o especialista, Paulo Costa.

Excesso.
Para se ter uma ideia, além das costumeiras dores nas costas, o excesso de peso também pode causar problemas em outras partes do corpo, tais como joelho e quadril. As coisas podem ficar ainda piores quando a mochila é carregada com uma alça só, pois o desequilíbrio do peso força o corpo a corrigir a postura para caminhar, causando estresse em outras partes como pernas, joelhos etc. Uma solução não muito aceita entre as crianças, segundo o ortopedista, é usar mochilas de rodinhas. “É mais chato para a criança e o risco de esquecê-la por aí aumenta, mas, com certeza, é mais saudável”, avalia Costa.
Segundo Jaqueline Araújo, mãe da garota Clara de sete anos, comentou que a filha se queixa de dores nas pernas e nos braços, mesmo levando o material escolar em mochila de rodinhas. O peso faz a garota fazer esforço para descolar a mochila, tanto para andar como para subir e descer do transporte escolar. O ideal, diz Jaqueline, era que a escola mantivesse um armário onde parte do material ficasse guardado.


Para Paulo Costa, as mochilas corretas mesmo seriam aquelas que possuem o sistema de “rodinhas”, só que estudantes acima dos 10 anos de idade já têm certa resistência em usar esses tipos de mochilas, por acharem que já estão grandinhos o suficiente. Devido a isso, existe, sim, o peso ideal da mochila sem rodinhas, que é de menos de 10% do peso da criança ou do adolescente. “Outra sugestão é usar a mochila de alça”, orientou.  

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