FONTE: Lívia Neves (papofeminino.uol.com.br).
Especialista fala sobre as principais
mudanças para quem chegou nessa nova fase.
A novela das nove, Amor à Vida, está abordando um novo tema entre os
personagens: o sexo na terceira idade. Recentemente, Félix (Mateus
Solano), Pilar (Suzana Vieira) e Bernarda (Nathalia Timberg)
protagonizaram uma cena na qual mãe e filho ficam chocados ao ver que a idosa
saiu de casa para passar a noite com um homem, o Lutero (Ary Fontoura).
Mas, antes de a personagem aceitar dormir com o namorado, ela própria se
questionou em relação a sua idade, como se o sexo só fosse praticado na
juventude.
Para desvendar esse tabu, o Papo Feminino conversou com o médico
gerontologista e presidente do Centro Internacional de Longevidade Alexandre
Kalache, que esclareceu alguns pontos deste assunto. Assim como defende o
personagem Lutero, o especialista também afirma que a atividade sexual não está
restrita à idade. “O ato em si é capaz de liberar hormônios, relaxar, amenizar
dores e trazer felicidade. Ou seja, não gera nenhum malefício à saúde física ou
mental”, pontua.
Mudanças.
A questão é que, com a idade, o corpo envelhece e algumas coisas mudam,
como a flexiblidade e a disposição. Porém, fisiologicamente falando, a
principal dificuldade indicada por Alexandre é a falta de lubrificação.
“Após a menopausa, as mulheres diminuem a intensidade da lubrificação natural e
isso gera dificuldade e incômodo na hora da penetração”, completa. Esse
problema pode ser facilmente resolvido com produtos específicos, como os
lubrificantes íntimos.
Outro fator, que está mais ligado ao lado psicológico, é a diminuição
da libido. Por estar em uma idade avançada, a mulher não se sente segura ou
acaba suprimindo seus desejos eróticos por conta da aparência ou preconceito.
Por isso, o médico destaca a importância de renovar as relações e buscar sempre
novidades a dois para manter o interesse vivo. “O segredo é colocar mais cor e
usar a imaginação”, diz.
Por outro lado, muitas mulheres enxergam a terceira idade como uma fase
de libertação, pois não correm mais o risco de engravidar. Sem essa
preocupação extra, o público feminino muda seus horizontes e se sente mais à
vontade para arriscar e se aventurar. A barreira que pode surgir nestes casos é
a aceitação da sociedade em relação a este comportamento.
Riscos.
Assim como em qualquer fase da vida, as pessoas sexualmente ativas devem
se cuidar. As doenças continuam presentes e podem ser transmitidas. “Se
o casal deseja descartar o uso do preservativo, é necessário se resguardar por
meio de exames que comprovem a ausência de doenças, infecções ou outros
problemas”, alerta Alexandre.
Outro ponto são as complicações que surgem com a idade, como
problemas cardiovasculares e hipertensão. O médico explica que o sexo não está
diretamente relacionado com ataques cardíacos ou alterações na pressão
arterial. Porém, a recomendação é consultar sempre um especialista para se
certificar que a pessoa está apta para praticar qualquer atividade física.
Adolescência e velhice.
Hoje em dia, o namoro maduro é como se fosse o namoro adolescente. Assim
como os jovens fazem às escondidas, os idosos também disfarçam suas relações
para não gerar burburinho. “Se um menino e uma menina se trancam no quarto ou
uma avó e um avô fazem o mesmo, a reação das outras pessoas pode ser igual: de
choque”, aponta Alexandre. Por isso, o sexo deve ser tratado de forma aberta
para que a aceitação seja maior. É preciso vencer esse tabu!
Consultoria:
Alexandre Kalache, médico gerontólogo, Ex-diretor do departamento de
Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde e Presidente do
Centro Internacional de Longevidade (ILC-BR).
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