FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Mulheres sob estresse
crônico têm níveis significativamente mais baixos de um hormônio que regula o
envelhecimento e melhora o funcionamento do cérebro, mostra uma pesquisa.
O trabalho é o
primeiro a mostrar as influências psicológicas da substância conhecida como
Klotho (o nome foi dado em homenagem a uma personagem da mitologia grega ligada
à longevidade). Ela regula uma série de funções no organismo e já foi associada
a diversas doenças do envelhecimento.
Pesquisadores da
Universidade da Califórnia, em São Francisco, avaliaram 90 mães de crianças com
transtorno do espectro do autismo, comparadas a 88 mulheres sem sintomas de
estresse. Eles descobriram que aquelas que apresentavam sintomas depressivos
apresentavam níveis mais baixos de Klotho.
Segundo o principal
autor do estudo, o professor de psiquiatria Aric Prather, o hormônio pode ser o
elo entre o estresse crônico e doenças que levam à morte prematura.
Em pesquisas com
ratos e vermes, os cientistas já descobriram que a falta de Klotho leva a
sintomas de envelhecimento, como endurecimento das artérias e perda de músculos
e ossos. E quanto o hormônio existe em abundância, os animais vivem mais tempo.
Outro estudo também
já mostrou que uma variante genética relativamente comum faz com que algumas
pessoas tenham maiores níveis de Klotho na corrente sanguínea e, por isso,
tenham um córtex pré-frontal aumentado e melhor função cognitiva. Isso até foi
encarado como uma possível promessa contra o alzheimer.
No trabalho atual, os
pesquisadores descobriram que a quantidade de Klotho diminuía com a idade, mas
apenas nas mães com sintomas de estresse e depressão. Nas outras, o hormônio
permanecia estável.
O estudo foi apenas
observacional, e os pesquisadores afirmam que é preciso pesquisar melhor a
relação entre estresse, longevidade e esse hormônio. Mas eles acreditam que
manter a substância em alta pode ser uma forma de, no futuro, adiar certas
doenças ligadas ao envelhecimento.
Jairo Bouer é médico formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em
psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar
seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para
o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a
dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões
sobre saúde, sexo e comportamento.
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