FONTE: CORREIO DA BAHIA ( ).
Roubo, furto e
tráfico correspondem por 67% dos delitos praticados pelos adolescentes.
Metade dos 23 mil adolescentes privados de liberdade no país
não frequentavam a escola nem trabalhavam quando cometeram o delito. Do total,
66% também viviam em famílias extremamente pobres. Os dados são da nota técnica
“O adolescente em conflito com a lei e o debate sobre a redução da maioridade
penal: esclarecimentos necessários”, divulgada pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) na terça-feira (16).
O levantamento, que traça um perfil do jovem que cumpre
medida socioeducativa no país, deve se somar a outras pesquisas enviadas pelo
governo federal ao Congresso na tentativa de barrar a redução da maioridade
penal de 18 para 16 anos.
Segundo o estudo, roubo, furto e tráfico correspondem por
67% dos delitos praticados pelos adolescentes que hoje cumprem medida
socioeducativas com privação de liberdade total a parcial. Outros 12,5% são de
delitos considerados graves, como homicídios, latrocínios, lesão corporal e
estupros. No entanto, 64% cumprem a medida de internação, a mais severa de todas.
Segundo as autoras do estudo, isso indica que a aplicação
das medidas não corresponde à gravidade dos atos cometidos. O estudo mostra que
8.500 cumprem medida de internação provisória, estão em semiliberdade ou
privados de liberdade, mas em situação indefinida.
“Nossa aposta não é a redução da maioridade, mas a
melhoria da qualidade da aplicação do sistema socioeducativo”, disse Enid
Rocha, uma das autoras. O estudo também mostra a proporção de adolescentes
apreendidos em cada região do país para cada tipo de delito.
A região com maior proporção de adolescentes no sistema
socioeducativo detidos por homicídio e latrocínio é o Sul, onde 20% dos jovens
apreendidos respondem por esse motivo. No caso de roubo e furto, a maior
proporção fica no Centro-Oeste, com 52%.
Ainda segundo o levantamento, para cada mil adolescentes
em São Paulo, Estado com maior número de adolescentes em medida socioeducativa,
três estão privados de liberdade. No Rio de Janeiro, a proporção é de 1,9.
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