Segundo uma equipe de cientistas da Oregon Hearing
Research Center (OHRC), a importância dos ouvidos não se restringe à qualidade
auditiva e à capacidade do ser humano para se equilibrar. Eles podem ter um
papel importante, também, no funcionamento da memória a curto prazo.
Isto porque o nosso ouvido interno tem cílios auditivos
que recebem a vibração das ondas sonoras, após elas terem sido amplificadas
pelo ouvido médio. O ouvido médio recebe o som como vibração em meio aéreo e o
transforma em estímulo mecânico, para que possa ser percebido pelas células pilosas
do ouvido interno. As vibrações produzidas posteriormente podem ter uma função
de arquivo mecânico, contribuindo para a nossa capacidade de reter determinados
sons e informações por curtos períodos de tempo.
“Uma perda auditiva, por mínima que seja, pode conduzir a
uma redução substancial das vibrações posteriores produzidas no ouvido interno,
levando a uma maior dificuldade em reconhecer esses sobressaltos e,
consequentemente, a uma mais difícil percepção do discurso”, explica Dulce
Martins Paiva, Diretora-Geral da GAES – Centros Auditivos em Portugal., em
comunicado enviado às redações.
No reconhecimento do discurso, explica Alfred L. Nuttall,
médico do OHRC, a capacidade de detectar alterações em estímulos continuados é
fulcral. Essas mudanças – ou sobressaltos – precisam ter determinada duração
temporal para poderem ser corretamente percebidas. As referidas vibrações
posteriores excitam as fibras auditivas, as estimulando a detectar alterações
sútis ao nível do som.
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