FONTE: Chayenne Guerreiro, TRIBUNA DA BAHIA.
Vício tem tratamento e cura.
Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), são registradas dez mil mortes por
dia em decorrência do consumo de cigarro em todo planeta. Além disso, o estudo
mostra que o tabaco é a principal causa de morte no mundo, seguida pelo álcool
e pelo tabagismo passivo, que ocorre quando indivíduos inalam a fumaça do
cigarro.
Uma
pesquisa do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), mostrou que o universo de fumantes no país caiu de
18,5% para 14,7%. Em Salvador, esse número representa 5,2% da população. ”Antigamente,
acender um cigarro era um questão de status. Hoje, este hábito está, cada vez
mais, marginalizado na nossa sociedade”, contextualiza o cirurgião de tórax da
equipe da Clínica Oncovida – Centro de Oncologia da Bahia, Rodrigo Maia.
Para
tentar diminuir ainda mais esses números, o dia 29 de agosto virou o Dia
Nacional de Combate ao Fumo. Em comemoração a isso, a Secretaria de Saúde
Municipal promove na tarde de hoje(28), a partir das 14 horas, no auditório da
Faculdade da Cidade, no Comércio, o seminário de combate ao fumo. “O cigarro
tem uma série de substancias que são nocivas ao nosso organismo, são cerca de
4.720 substâncias, dessas, muitas são cancerígenas. Ele está associado a cerca
de 50 doenças graves. No caso dos cânceres, como de pulmão é mais grave,
90% das pessoas que desenvolveram esse tipo de tumor, fizeram uso de cigarro.
Além dele, temos o de boca, de faringe, de laringe, esôfago, fígado, pâncreas,
bexiga, rins, as doenças cardiovasculares, como infarto, angina, arritmias,
doenças cerebrais como os AVCS, trombose, também há impotência sexual nos
homens, infertilidade nas mulheres, uma serie de doenças graves, danosas. O
cigarro só agrega para as pessoas coisas ruins, não tem nada de bom que a gente
possa falar,” explica Maia.
Segundo
cirurgião de tórax da equipe da Clínica Oncovida,os números diminuem por um
lado, mas crescem por outro. “Os números tem diminuído, o que temos visto é o
crescimento do tabagismo na sociedade menos esclarecida, de baixa escolaridade
e é exatamente nesse publico que temos que focar para tentar diminuir e frear
esse crescimento do tabagismo. Nos países mais desenvolvidos, existe uma grande
participação das mulheres, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, já
vemos esse crescimento com o publico feminino, e é isso que temos que tentar
frear,” conta. Além disso, o número de fumantes jovens em Salvador, tem
crescido.
“A
prevalência de tabagismo entre adolescentes em Salvador é de 9,5%. A faixa
etária de uso continuo do cigarro é em torno dos 14 anos, mas com
crianças começando a fumar aos 11 anos e isso é preocupante. Mesmo aqueles
cigarros que fazem sucesso entre a garotada, como o de menta, de morango,
chocolate, são nocivos a saúde. Causam os mesmos efeitos que um cigarro normal,
mesmo aqueles com filtro ou sem filtro. Tudo isso são formas de ludibriar o
consumidor e aumenta o consumo do cigarro,” explica.
Dados
da OMS mostram que se nada for feito, até 2030 a estimativa é que a epidemia
causada pelo fumo mate cerca de oito milhões de pessoas por ano. Outro dado
alarmante da OMS é que cerca de 80% dessas mortes evitáveis estarão entre as
pessoas que vivem em países de baixa e média renda.
Vício tem tratamento e cura.
Desde
2006, a SMS implantou o Programa Municipal de Controle do Tabagismo, tendo tratado
aproximadamente cinco mil pacientes nas unidade, sendo que 40% pararam de
fumar. O tratamento totalmente gratuito oferecido nas unidades de saúde do
município consiste, inicialmente, por uma avaliação clínica e um teste para
estimar o grau de dependência química e psicológica dos pacientes.
A
partir daí, os usuários passam a participar de sessões de grupo para discutir
as doenças relacionadas ao tabaco e as vantagens de se parar de fumar.
Os
dependentes que tiverem necessidade são encaminhados para tratamento uso de
medicamentos, também oferecidos gratuitamente pelo SUS. “É importante passar um
incentivo, de que existem serviços que ajudam as pessoas a pararem de fumar, a
acabar com o tabagismo. As pessoas tem que lembrar que o fato de pararem de
fumar e não conseguirem se manter assim, não quer dizer que elas nunca vão se
livrar do vicio, é preciso pedir ajuda. Normalmente as pessoas tentam de três a
quatro vezes parar de fumar para só então vencer o tabagismo. O importante é
não desistir,” diz o cirurgião de tórax da equipe da Clínica Oncovida – Centro
de Oncologia da Bahia, Rodrigo Maia.
Os interessados em parar de fumar podem se cadastrar em uma das 27
unidades municipais que contam com o Programa de Tabagismo. Maiores informações
através do 3202-1050.
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