FONTE: Agência Brasil, CORREIO DA BAHIA.
Dia Nacional de
Combate ao Fumo é lembrado neste sábado (29).
No Dia Nacional de Combate ao Fumo,
lembrado neste sábado (29), governo e entidades da sociedade civil alertam para
os malefícios provocados pelo uso do narguilé, uma espécie de cachimbo
comumente usado em países orientais. O slogan da campanha promovida este ano
pelo Ministério da Saúde é “Parece inofensivo, mas fumar narguilé é como fumar
100 cigarros”.
De acordo com a psicóloga e consultora técnica de
Prevenção e Promoção da Saúde da Fundação do Câncer, Cristina Perez, uma sessão
de narguilé dura, em média, de 60 a 80 minutos e, durante esse período, a
pessoa fica exposta aos mesmos componentes tóxicos presentes na fumaça de uma
centena de cigarros – inclusive o tabaco e a nicotina.
Os riscos são os mesmos associados ao fumo e incluem as
doenças cardiovasculares, respiratórias e alguns tipos de câncer, segundo
Cristina. Há ainda, no caso específico da narguilé, o agravante da
socialização, já que a proposta é que o mesmo cachimbo seja utilizado por um
grupo de pessoas. O uso coletivo aumenta a exposição a doenças como herpes,
hepatite C e tuberculose.
“Algumas pessoas acreditam que porque o narguilé contem
água, não faz mal. Mas, na verdade, ele também contém fumo do tabaco e causa os
mesmos malefícios”, disse a especialista.
“A indústria do tabaco sabe que as pessoas entendem que o
cigarro faz mal, causa doenças e provoca mortes e tenta diversificar suas
vendas para manter o mercado. As alternativas são, por exemplo, o narguilé e o
cigarro eletrônico, mas ambos usam tabaco, contêm nicotina e causam
dependência”.
Dados da Pesquisa Especial de Tabagismo, promovida pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o
Instituto Nacional de Câncer (Inca) em 2008 indicam que havia 300 mil
consumidores de narguilé no Brasil naquela época.
Já a pesquisa Perfil do Tabagismo entre Estudantes
Universitários no Brasil, do Ministério da Saúde, também destacou a alta
proporção de usuários de narguilé entre estudantes universitários de alguns
cursos selecionados da área da saúde no ano de 2011. Em Brasília e São Paulo,
dos estudantes que declararam consumir com frequência algum outro tipo de
produto derivado do tabaco, 60% e 80%, respectivamente, fizeram uso do
narguilé.
De acordo com o Inca, cerca de 200 mil pessoas morrem
todos os anos no país em decorrência de doenças provocadas pelo fumo. O câncer
de pulmão é um dos maiores indicadores do impacto do tabagismo sobre a saúde,
já que 90% dos casos são registrados entre fumantes ou ex-fumantes. No Brasil,
este é o tipo de câncer que mais mata homens e o segundo que mais mata
mulheres.
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