FONTE: Amanda Garcia, iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Equipe do Instituto do Coração de São Paulo
realiza teste com técnicas de fonoaudiologia; experimento foi pioneiro em
demonstrar eficácia na diminuição do ronco.
Nem
sempre o ronco incomoda quem ronca, mas, geralmente, quem está por perto acaba
se sentindo prejudicado. Quantas pessoas não reclamam do parceiro ou de outros
companheiros de quarto que emitem os barulhos estrondosos e atrapalham o sono
alheio?
Mas
mesmo que não incomode, o hábito não pode ser considerado comum e o mais
indicado é que o roncador busque ajuda de um profissional para entender o que
aquilo significa.
O ronco
acontece quando a musculatura que envolve a região do pescoço – como a língua e
os músculos da faringe – está relaxada e, por isso, há uma tendência de
colapso, que faz a área vibrar quando o ar passa por ali. A presença de outros
fatores como obesidade e idade avançada, por exemplo, também aumenta a chance
do problema aparecer.
A boa
notícia é que um experimento pioneiro confirmou a eficácia de uma série de
exercícios na região da boca para a redução do ronco.
A
técnica foi criada no Laboratório do Sono do Instituto do Coração de São Paulo,
o Incor, com orientação do pneumologista Geraldo Lorenzi Filho. Foram
realizados testes com um grupo de 39 adultos, entre 20 e 65 anos, sendo homens
e mulheres, todos com queixa de ronco.
“Existe
uma especialidade na fonoaudiologia chamada motricidade orofacial que trata, há
mais de 30 anos, a musculatura da boca. Mas até então não havia nenhum teste
que comprovasse a eficácia para o ronco”, esclarece a fonoaudióloga e autora do
estudo Vanessa Ieto.
As
técnicas usadas na motricidade já mostravam efeitos positivos em pacientes com
apneia do sono – doença em que a pessoa para por instantes e depois volta a
respirar enquanto dorme – e, por isso, os especialistas do estudo decidiram
testar com o sintoma mais comum da doença, o ronco, para ver quais seriam os
resultados.
Antes
de começar a fazer os exercícios, a pessoa deve consultar um especialista para
entender qual a origem do ronco e, se o quadro se encaixar ao do teste, ela
será encaminhada para um fonoaudiólogo para realizar as séries de
fortalecimento da musculatura bucal.
Todos
que participaram do teste passaram três meses retornando uma vez por semana ao
consultório de Vanessa e a cada retorno ela aumentou a quantidade de
exercícios.
“Nenhum
paciente parou completamente de roncar, mas todos conseguiram reduzir em média
60%. Além de diminuir o volume, caíram também o número de roncos”, alega.
A
fonoaudióloga defende que sejam feitos mais investimentos para que o
estudo também seja testado e avaliado em outros tipos de pacientes, como em
idosos, e assim responder mais perguntas e avançar cientificamente.
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