FONTE: , CORREIO DA BAHIA.
O ministro da
Saúde, Arthur Chioro, considerou os dados alarmantes.
Laís Helena tem 10 meses e sua dieta inclui bolo,
biscoito recheado e refrigerante. A menina tem dois irmãos mais velhos -
Gustavo, de 5 anos, e Beatriz, de 10 - e quer consumir o mesmo que eles,
justifica a mãe. “Ela pega da mão dos irmãos. Criei os mais velhos comendo tudo
isso, e hoje eles estão saudáveis. Quando dou refrigerante, eu diluo em água”,
conta a dona de casa Bianca de Paula, de 27 anos, sem se dar conta do sobrepeso
da primogênita.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), feita
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o
Ministério da Saúde, os hábitos alimentares de Laís Helena são comuns no País.
Seis em cada dez crianças com menos de 2 anos já comeram biscoito, bolacha ou
bolo e 32% já beberam refrigerante ou suco industrializado. No Sudeste e no
Centro-Oeste estão os piores índices.
Os adultos também estão se alimentando mal, e se
exercitando pouco. Uma comparação entre as Pesquisas de Orçamentos Familiares
(POFs) realizadas pelo IBGE nos períodos 2002/2003 e 2008/2009, com a PNS,
mostra a evolução do sobrepeso e da obesidade dos brasileiros de mais de 18
anos: de 2002 a 2013. Os gordinhos passaram de 42,4% para 57,3% da população,
no caso dos homens, e de 42,1% para 59,8%, no das mulheres.
A obesidade subiu de 9,3% para 17,5%, entre os homens, e
de 14% para 25,2%, entre as mulheres. São 82,4 milhões de brasileiros com
excesso de peso e 30,1 milhões de obesos. A classificação é pelo Índice de
Massa Corporal (divisão do peso do indivíduo pelo quadrado da altura). Dos
homens de 55 a 65 anos, 64,5% estão acima do peso; entre as mulheres da mesma
faixa, a taxa é de 71,4%.
A circunferência abdominal aumentada (mais de 88
centímetros para mulheres e 102 centímetros para homens acomete 37,7% dos
brasileiros, sendo mais grave dos 65 aos 74 anos, quando atinge 56,3% da
população. Os resultados relacionados aos bebês e aos adultos estão ligados.
Uma criança que se alimenta mal tende a perpetuar o sobrepeso, lembrou Durval
Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, considerou os dados
alarmantes e chamou a atenção para o risco de o Brasil ter mais obesos no
futuro, em decorrência dos maus hábitos alimentares das crianças pequenas. Ele
citou a propaganda de alimentos industrializados como um fator que contribui
para as escolhas ruins dos pais.
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