FONTE: Elioenai Paes - iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Médicos defendem alimentação equilibrada para
suprir necessidades diárias de vitaminas e minerais; suplementos só são
indicados para quem tem carência comprovada.
Um suplemento vitaminico aqui, outro acolá. Prescrição de algum médico? Não. Exames de sangue detectaram que havia falta de vitaminas e minerais? Na maior parte das vezes, esses exames nem sequer foram feitos.
Com a promessa de
melhorar o ânimo e a saúde, os polivitamínicos são consumidos
indiscriminadamente. Segundo especialistas, o hábito é perigoso, já que o
fígado sofre com essa sobrecarga.
Raymundo Paraná,
hepatologista da Sociedade Brasileira de Hepatologia, conta que a internet
facilitou o acesso à informação, mas que isso não trouxe um benefício tão
grande assim quando se trata da saúde.
Veja o que o excesso de algumas vitaminas podem fazer ao corpo:
-- Vitamina C além do que o corpo precisa aumenta a absorção de ferro e
"enferruja" o fígado.
-- Vitamina D em excesso causa cálculo renal.
-- O excesso de vitamina E aumenta o risco de AVC em três
vezes.
-- Vitamina A além do necessário lesiona o fígado.
“As pessoas se
despreocuparam com a qualidade da informação”, diz ele. Com isso, dados sobre
supostas maravilhas com o consumo indiscriminado de suplementos se
disseminaram
Paraná, que é um
defensor do fígado por formação, diz que ninguém precisa de suplementos
vitamínicos, a não ser quando há carência.
“Não há respaldo
científico. Suplementos vitamínicos não são oxidantes coisa nenhuma. Não
retardam envelhecimento e não protegem de doenças. Se algum médico disser isso,
o paciente deve ir ao conselho de medicina do seu estado e informar que recebeu
essa informação”, diz.
O hepatologista diz
que a vitamina A pode induzir a uma doença no fígado, a vitamina E aumenta o
risco de AVC em até três vezes, a vitamina D em excesso causa cálculo renal e
pressão alta e a vitamina C, quando em quantidade além do necessário, pode
causar sobrecarga de ferro ao fígado.
Substâncias tóxicas.
De acordo com a
hepatologista do Hospital 9 de Julho Marta Deguti, o periódico Annals of
Internal Medicine publicou um estudo que revisou outras
publicações que envolveram mais de 400 mil pessoas e a conclusão foi que
não havia nenhuma evidência de efeito benéfico desses suplementos em proteger a
saúde, reduzir a mortalidade, as doenças cardiovasculares e evitar o câncer.
“Eles concluem que
beta-caroteno, vitamina E e, talvez, altas doses de vitamina A são tóxicas.
Altas doses de vitamina A, D e niacina (B3) são potencialmente capazes de se
acumular no fígado e provocar toxicidade”, ela alerta.
Dietas variadas e
balanceadas, segundo a médica, são seguras e não promovem intoxicação por
excesso de vitaminas.
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