FONTE: Fernando Cymbaluk, Do UOL, em São Paulo, (noticias.uol.com.br).
Faz anos que você
tomou a vacina? Perdeu a caderneta de vacinação? Não lembra se tomou todas as
doses que precisava? Calma, você pode procurar um posto de saúde para tomar as
vacinas que não recebeu ou não lembra se recebeu.
Garantir que a
vacinação está em dia é especialmente importante agora no inverno, quando
surtos de caxumba, rubéola e sarampo costumam acontecer --em São Paulo, por exemplo, o número de casos de caxumba registrados
neste ano já é o maior desde 2008.
E,
se você tem mais de 13 anos, há grandes chances de você não estar totalmente
imunizado.
Isso porque antes de
2003 o esquema de vacinação era diferente e não previa duas doses da tríplice
viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). Sem a dose de reforço, que hoje já
está incluída no calendário básico de vacinação de crianças menores de 7 anos, aumenta
a chance de você contrair as doenças.
A rede pública
oferece algumas vacinas gratuitamente para quem tem entre 20 e 49 anos, por
isso Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações,
recomenda: não espere um surto para se vacinar.
Tire suas dúvidas
Mas quais vacinas o adulto
pode tomar?
As
orientações valem para ambos os sexos, não-vacinados ou sem comprovação de
vacinação: quem tem entre 13 e 20 anos pode tomar gratuitamente no posto de
saúde duas doses da tríplice viral (contra rubéola, sarampo e caxumba),
hepatite B, difteria, tétano (dupla bacteriana) e febre amarela (para quem
viaja para regiões onde a doença é endêmica). Quem tem entre 20 e 49 anos, pode
tomar uma dose da tríplice viral e as demais citadas. Quem tem mais de 50 anos
pode procurar clínicas privadas, mas provavelmente foi imunizado naturalmente,
já que nasceram em época em que as doenças eram muito frequentes.
Preciso tomar duas doses
da tríplice?
Só é
considerado imunizado contra rubéola, sarampo e caxumba quem tomou duas doses
da tríplice viral, mas quem tomou uma dose está parcialmente protegido. A
eficácia da vacina é de 80% a 90% para uma dose e de 95% para duas. Como a
maioria dos adultos tomou uma dose quando criança, a única dose oferecida nas
unidades de saúde é suficiente. Em 2010, as duas doses da tríplice foram
disponibilizadas para jovens até 19 anos, então vale checar se você já
atualizou a caderneta. Existe ainda um exame que indica se a pessoa está
imunizada ou não.
E se eu já tomei duas
doses e me vacinar novamente?
Há
adultos que já tomaram as doses necessárias, mas não lembram e não têm o
registro, ou que contraíram a doença sem saber. Mesmo nesses casos, não há
nenhum problema em tomar a vacina. Uma dose a mais não faz mal. São
consideradas doses válidas apenas as registradas na caderneta de vacinação.
Dá para recuperar o cartão
de vacinação?
O
Ministério da Saúde recomenda que quem perdeu a caderneta procure o posto de
saúde onde habitualmente recebia as doses para resgatar o histórico de
vacinação e fazer uma segunda via. Este é um documento importante, que deve ser
guardado junto com os demais documentos pessoais. Se não for possível recuperar
o cartão, é necessário ir ao serviço de vacinação mais próximo para refazer a
vacinação conforme as recomendações do calendário básico.
Por que não há vacina
contra catapora para adultos?
A
vacinação contra catapora na rede pública começou em 2013, mas só vale para
crianças com até 2 anos. A vacina não é oferecida para todos, porque demandaria
um volume muito grande. Além disso, muitos adultos tiveram a doença quando
criança e, por isso, devem estar imunizados. Considera-se imunizado quem já
teve catapora ou quem tomou duas doses da vacina, com intervalo de três meses
entre as doses. A vacina está disponível para adultos nas clínicas
particulares.
Há contra-indicações?
A
tríplice viral é feita com vírus vivos atenuados, que raramente causam formas
graves das doenças. Mas ela é contra-indicada para bebês com menos de seis
meses, gestantes, imunocomprometidos (portadores de HIV com baixa imunidade,
por exemplo) ou quem usa corticosteroide (medicamentos que tratam inflamações)
de forma crônica.
Como fica para as
gestantes?
A vacina
que protege contra rubéola, sarampo e caxumba não é recomendada para gestantes,
e quem toma a vacina deve evitar a gravidez por pelo menos um mês. Essas
doenças trazem risco à gravidez. A rubéola, por exemplo, pode infectar o feto.
A mulher que não tomou a vacina na infância deve tomar antes de pensar em ter
filho ou pode aproveitar a vacinação do seu bebê para atualizar a caderneta.
Há vacinação especial em
casos de surto?
Casos de
doença como a caxumba não são de notificação obrigatória. Os municípios
notificam o Ministério da Saúde apenas quando há mais de um caso em um local
específico (como escola ou empresa) --isso é considerado um surto. Em caso de
surto, é feita a chamada vacinação de bloqueio, ou seja, os agentes de saúde
vacinam as pessoas daquele ambiente.
Por que essas doenças não
estão erradicadas?
Uma
doença é considerada erradicada quando seu causador deixa de circular numa
região --foi o que aconteceu com a varíola e a poliomelite. A circulação do
vírus do sarampo, da rubéola e da caxumba foi bem limitada em diversos Estados
do país, mas ainda há risco, porque o vírus circula em outras regiões do mundo.
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