Outubro é o mês
de conscientização sobre o câncer de mama. Mesmo com uma campanha consolidada,
mulheres ainda se confundem com os mitos que cercam a doença.
Segundo o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), as estimativas de incidências da doença para este
ano passam de 59 mil casos novos, o que representa 29,5% dos cânceres em
mulheres, excluindo o câncer
de pele não melanoma.
O oncologista do Centro
Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Felipe Ades,
tira algumas dúvidas sobre o assunto e conta o que é mito e verdade sobre a
doença.
• Hereditariedade
aumenta em 80% as chances de desenvolver câncer de mama.
VERDADE.
Fatores genéticos
correspondem à 12% dos casos de câncer de mama e aumentam em 80% as chances do
desenvolvimento deste tipo de câncer. O mapeamento genético pode ser importante
aliado na prevenção e no tratamento em casos do tipo.
“O mapa pode ser feito
por qualquer pessoa por meio de uma coleta de sangue, saliva ou qualquer outro
fluido que contenha material genético, entretanto, a análise se dá por meio de
sofisticadas técnicas de laboratório e é indicada para pessoas que tenham
histórico de doenças genéticas em familiares”, explica Dr. Felipe Ades.
• Próteses de silicone
aumentam o risco de câncer.
MITO.
Não há relação do uso
de próteses mamária de silicone com o risco de desenvolvimento de câncer de
mama.
MITO.
Muito se fala sobre a
relação entre os sais de alumínio, presentes na formulação de alguns
desodorantes, e o aumento do risco de desenvolvimento do câncer de mama. Mas
não há com o que se preocupar. Até hoje, nenhum estudo realizado em seres
humanos conseguiu estabelecer uma relação entre o uso desse produto e o risco
de desenvolver a neoplasia. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) afirma que o produto é seguro e que não existe relação entre
a substância e o desenvolvimento do tumor.
“Esse é mais um dos
mitos de internet que não se sabe ao certo como começou. Sem problemas, não há
acúmulo de toxinas ou qualquer outra substância que cause câncer. Desodorantes
são seguros”, explica Dr. Felipe Ades.
• A prática de
atividades físicas pode ajudar a prevenir o câncer de mama.
VERDADE.
A atividade
física, quando praticada regularmente (no mínimo três
vezes por semana com duração mínima de trinta minutos), traz diversos
benefícios a curto e longo prazo para qualquer pessoa. A maior pesquisa
realizada sobre o assunto até hoje, publicada em 2016 pela revista cientifica
JAMA, constatou a diminuição do risco de desenvolvimento do câncer de mama em
7% para os indivíduos que praticavam exercício físico.
“Para prevenir o câncer
de mama as mulheres devem iniciar uma mudança de hábitos em sua rotina, como
praticar atividade física regularmente, ingerir alimentos saudáveis e realizar
os exames preventivos, como a mamografia”, afirma Dr. Felipe.
• Usar sutiã apertado
causa câncer.
MITO.
Não há embasamento
científico que relacione o uso de sutiãs apertados e o surgimento do câncer de
mama. “Há uma falsa ideia que o sutiã comprime os vasos sanguíneos, acumulando
assim toxinas na mama. Não há base para essa afirmação”, pontua o oncologista.
• Todos os nódulos da
mama são câncer.
MITO.
A maioria dos nódulos
na mama correspondem a lesões benignas ou cistos. Achando um nódulo, não se
desespere, apenas consulte o mastologista ou ginecologista.
• Mulheres que
amamentam têm menos chances de desenvolver câncer de mama.
VERDADE.
Uma das orientações
para prevenção do câncer de mama divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer
(INCA) e pelo Ministério da Saúde é a amamentação até os dois ou mais, sendo
extremamente necessária a exclusividade até os seis meses de vida da criança. A
amamentação, além de ajudar a construir a imunidade do bebê, também protege a
mãe contra o câncer de mama, diminuindo assim as chances de desenvolver a
neoplasia.
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Conteúdo Comunicação
Maria Teresa Moraes
Maria Teresa Moraes
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