Os
chocolates chegam a 16 capitais e mais de mil pontos de venda.
As lembranças de
infância de Leandro Reis Almeida sobre a Fazenda Riachuelo remontam à diversão,
quando ele e os irmãos, Leonardo e Júlio, corriam em meio às árvores que
resistiam à praga da vassoura-de-bruxa, no interior da Bahia.
O amadurecimento dos
jovens coincidiu com o resgate e reestruturação da lavoura. A aposta nas
amêndoas de cacau e no chocolate premium resultou em um cenário
diferente: hoje são 1.500 hectares de cacaueiros, maquinário moderno,
laboratório de pesquisa e fábrica própria onde é produzida a Mendoá Chocolates,
destaque no Salon du Chocolat, em Paris, e premiada com o Certificate of
Recognition pelo Cocoa Awards (2015).
"Quando meu pai
comprou a fazenda, em 1996, o Brasil era conhecido como o maior produtor de
cacau de commodity, mas não de um bom chocolate. Quebramos esse
paradigma", conta Leandro.
Os estudos para
combater a destruição da plantação evoluíram para testes em busca de amêndoas
de qualidade. Além de oferecer cacau fino e matéria-prima, enxergaram a
possibilidade de fazer um produto final refinado.
Assim nasceu
a Mendoá, em 2013, com o conceito "tree-to-bar" – do cultivo à
barra. "Acompanhamos toda a cadeia produtiva, com um controle de perto.
Acreditamos que chocolate tem que ter, no mínimo, 40% de cacau – em vez de ser
cheio de açúcar e gordura hidrogenada – para que seja fonte de saúde e
prazer", destaca o empresário.
Nas três linhas –
Clássica, Orgânica e Brasilis – além de alto teor de cacau não há conservantes,
aditivos químicos ou realçadores de sabor e são usados ingredientes tropicais,
como castanha-do-pará, coco, café e gengibre, para sabores diferenciados.
Escola, centro médico e
odontológico e campo de futebol.
"Cedemos a
estrutura para uma escola na fazenda, além de centro médico e odontológico e
campo de futebol. Tentamos criar um ambiente agradável para os 200
colaboradores, sendo que alguns estão conosco desde o início das operações, há
quase 30 anos", observa Leandro.
O resultado é colhido
diariamente nas cerca de 70 arrobas por hectare, em que 15% da produção é
destinada à Mendoá, 10% do cacau especial para exportação e os 75% restantes
vendidos para commodity.
A fábrica e o laboratório
permitem experimentações e os estudos são contínuos, liderados pelo biólogo
Raimundo Mororó, sócio-gerente e pesquisador chefe da empresa, ex-integrante da
Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira).
Os
chocolates chegam a 16 capitais e mais de mil pontos de venda
onde são distribuídos depois do crivo familiar, que tem alto nível de
exigência. "Somos chocólatras e grandes analistas do nosso produto",
garante Leandro, cujos filhos e sobrinhos já brincam em meio aos cacaueiros,
como ele e os irmãos faziam na infância.
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