Resumo da
notícia
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Doces
podem fazer parte de uma dieta equilibrada, o problema é que acabamos comendo
além da conta
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O
total de doces ingeridos ao dia é mais importante do que o horário em que
eles são consumidos
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Gordura
presente nos doces pode ser até pior para a saúde do que o açúcar
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Fãs de doce costumam
sofrer ao tentar seguir uma alimentação saudável por acreditar que não poderão mais
comer nenhuma sobremesa. Se é o seu caso, fique tranquilo: hoje é consenso que
o açúcar cabe sim na dieta, o segredo é apenas consumir com equilíbrio e
moderação.
"Ele não deve ser
visto como o único vilão, o problema está no exagero, em especial do tipo
refinado", Paulo Henkin, nutrólogo da diretoria da Abran (Associação
Brasileira de Nutrologia), que sugere a racionalização do uso como estratégia
para fazer as pazes com o lado doceiro.
"Por exemplo, se
você gosta de café adoçado, pode reduzir as colheres gradualmente, e prestar
atenção nas fontes de açúcar escondidas na alimentação", ensina o médico.
Veja outras dicas para manter a sobremesa no cardápio sem que ela pese na
balança.
Tem
hora melhor para comer doce?
Os carboidratos são a
principal fonte de energia do corpo. Como o açúcar é um carboidrato simples,
que é liberado rapidamente na corrente sanguínea, uma boa opção é ingerir o
doce logo antes da atividade física, por exemplo —mas algumas sobremesas,
especialmente as com muita gordura, pode gerar desconforto gástrico durante o
exercício.
Existe ainda a teoria
de que seria melhor comer o doce após a refeição para diminuir o índice
glicêmico dele, isto é, a velocidade que ele chega na
corrente sanguínea. Mas não há consenso sobre o assunto. "Isso em tese
seria menos danoso para o organismo, mas o problema é que depois de uma
refeição você já comeu calorias suficientes, e se agrega ainda a glicose do
doce, ela pode virar uma bomba calórica", comenta Andressa Heimbecher,
endocrinologista colaboradora do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do
HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo).
"Ingerir após a
refeição não fará diferença, é a soma total do dia e os excessos que
importam", destaca Henkin. Pensando em peso e prevenção de doenças, a
pessoa pode escolher o horário que for mais prazeroso para ela. A única observação
é que engolir um doce de barriga vazia pode gerar uma descarga rápida de
energia, mas, depois causar a sensação de cansaço e mesmo fome.
Mesmo à noite o quitute
está liberado em pequenas doses, pois o corpo digere a glicose da mesma maneira
(Veja
mais sobre o consumo noturno de carboidratos).
Quanto
de doce posso comer por dia?
A Organização Mundial de
Saúde diz que entre 5% e 10% do valor total de calorias podem vir do açúcar.
"Isso seria o equivalente a uma ou duas porções de doce por dia, como uma
fatia de bolo", exemplifica Débora Bohnen Guimarães, coordenadora do
departamento de Nutrição da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes).
Atenção: essa
quantidade diz respeito a todo o açúcar utilizado no dia, incluindo o do café,
bebidas e produtos industrializados. Se termos como frutose, xarope de milho,
glucose, maltodextrina e outros estiverem no rótulo, estes produtos precisam
ser incluídos na conta.
Gordura
em doces também preocupa.
Um grama de açúcar tem
4 calorias, já um grama de gordura fornece 9. "É importante destacar isso
porque muitos dos doces que comemos hoje têm alto teor de gordura, e ela pode
ser até mais preocupante do que o açúcar por conta deste poder
engordativo", aponta Henrique Suplicy, endocrinologista da SBEM (Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
Ingredientes como creme
de leite, manteiga e gordura vegetal hidrogenada, presentes em tortas, pavês,
musses, sorvetes, bolachas recheadas e sorvetes, podem aumentar a ingestão
diária de gorduras saturadas e trans, as mais ligadas a problemas de saúde
quando consumidas além da conta.
Uma saída sugerida
pelos especialistas para agradar o paladar sem prejudicar a saúde é evitar os
ultraprocessados, preferindo doces caseiros com poucos ingredientes e os à base
de fruta, como os de abóbora, goiaba, banana, que costumam levar só a fruta e
açúcar. Neste caso, como a fruta tem seu próprio dulçor, é possível até reduzir
a quantidade de açúcar utilizada na receita.
Forma
de comer também é importante.
Para que sobre espaço
para os doces, é essencial controlar as outras fontes de açúcar. Essa redução
deve ser feita de maneira gradual, e envolve muito do nosso comportamento
alimentar. Por exemplo, você pode potencializar sua satisfação comendo menos,
mas aproveitando melhor o momento.
Mastigue com calma, sem
distrações, foque na textura, na consistência, sinta o cheiro e explore as
técnicas de atenção plena (Veja
outras dicas para reduzir o açúcar aqui).
Vale lembrar que as
sugestões elencadas aqui foram pensadas para pessoas que não têm condições de
saúde como diabetes e obesidade. Neste caso, é preciso ajustar quantidades e
melhores fontes de açúcar com orientação profissional.
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