Sim, já que o sangue
menstrual é um meio propício para a proliferação de bactérias e fungos e o
contato prolongado dele com a pele e a vulva pode causar problemas como
irritação, infecção e desequilíbrio da flora vaginal.
A calcinha
absorvente deve ser usada apenas durante a menstruação ou
quando há corrimento vaginal ou escapes leves de urina. Ela absorve o fluxo
sanguíneo (e outros fluidos naturais), dispensando o absorvente descartável.
Vesti-la o dia inteiro não é recomendado porque pode abafar e elevar a umidade
da região genital, modificando a composição e o pH da flora vaginal e
favorecendo o desenvolvimento de infecções, corrimento, coceira e ardência no
local.
Para entender melhor: a
peça é fabricada com três camadas de tecido que podem variar em sua composição
conforme a marca, mas seguem padrões semelhantes. A parte interna da calcinha,
que fica em contato com a pele, normalmente é feita com tecido de algodão, que
permite a absorção de sangue menstrual ao mesmo tempo em que evita a umidade. A
segunda camada é o núcleo absorvente, onde o sangue fica armazenado. A terceira
e última camada fica em contato com a roupa e é constituída de tecido
impermeável, para impedir o vazamento do sangue.
Existem no mercado
opções de modelos e materiais indicados para diferentes intensidades de fluxo
menstrual. Não há restrição de uso, ou seja, todas as mulheres podem adotar.
Como
cuidar da peça.
Os fabricantes indicam
que a calcinha absorvente pode ser usada por 6 a 10 horas direto. Porém, de
acordo com os ginecologistas, o ideal é trocar a peça em intervalos menores ou
quando a mulher perceber excesso de umidade por conta do fluxo ou da
transpiração na região íntima. Assim, evita-se a proliferação bacteriana no
local. A calcinha deve ser lavada até 12 horas após o uso (preferencialmente
com sabão neutro), para que o sangue menstrual não resseque e fique impregnado
no tecido, o que dificultaria a higienização correta.
O ideal é deixar a
calcinha de molho por 30 minutos e, depois, lavá-la à mão ou na máquina. É
melhor não usar amaciante e alvejante, que podem danificar a calcinha, além de
gerar quadros alérgicos, caso resíduos de produto entrem em contato com a pele
sensível da região genital. Na hora de secar a peça, escolha um local ao ar
livre e, de preferência, com sol. Se não for possível, a secadora com ar quente
é uma boa opção. Evite deixar a calcinha absorvente dentro do banheiro, pois a
umidade do ambiente pode atrapalhar a secagem completa da peça, contribuindo,
assim, para o crescimento de bactérias no tecido.
*** Fontes: Andrezza
Vilaça Belo Lopes, professora do departamento de ginecologia e obstetrícia da
Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); Maria
Luisa Mendes Nazar, ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos (SP); e
Renata Palombo, ginecologista com título de especialista em ginecologia e
obstetrícia pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia
e Obstetrícia) e obstetra no NotreDame Intermédica Saúde (RJ).
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