domingo, 23 de fevereiro de 2020

SEXO COM FREQUÊNCIA DIMINUI CHANCES DE MENOPAUSA PRECOCE...


FONTE: Danielle Sanches,, em São Paulo, https://www.uol.com.br/

Resumo da notícia
Pesquisadores conseguiram estabelecer que mulheres que fazem sexo mensalmente têm menos propensão a ter menopausa precoce
Eles também tentaram analisar se morar com um parceiro homem teria alguma influência, mas essa ligação não foi estabelecida
As mulheres que reportaram fazer sexo ao menos uma vez na semana apresentaram 28% menos chance de menopausa precoce
A hipótese é de que, sem chances de engravidar, o corpo da mulher opte por focar as energias em outras atividades, como cuidar da família
Mesmo preliminar, o estudo levanta questões sobre como a menopausa pode ser um processo adaptável de acordo com as chances da mulher engravidar

Um estudo realizado por especialistas da University College London apontou que mulheres que fazem sexo com mais frequência têm menos chances de ter menopausa precoce. A atividade sexual considerada pelos pesquisadores incluía sexo com penetração, sexo oral, preliminares e/ou masturbação.

Publicada no periódico Royal Society Open Science, a pesquisa levanta a possibilidade de que o estilo de vida da mulher pode ter um papel mais importante do que se imaginava em determinar quando a menopausa irá ocorrer.

A hipótese levantada pelos pesquisadores é de que, se a mulher não está fazendo sexo e, portanto, não tem chance de engravidar, o corpo dela pode "escolher" não investir na ovulação, armazenando energia para outras atividades - como cuidar dos netos, por exemplo.

Essa ideia de que o corpo da mulher reduz a fertilidade para focar no cuidado com a família é conhecida como "A Hipótese da Vovó", que diz que a menopausa originalmente evoluiu em humanos para reduzir a competição reprodutiva entre mulheres de diferentes gerações.

Como o estudo foi feito os pesquisadores analisaram os dados de 2.936 mulheres que foram acompanhadas por 10 anos; os dados foram coletados do estudo americano chamado SWAN, um dos mais completos e extensos sobre menopausa e que foram levantados entre 1996 e 1997; as mulheres tinham, em média, 45 anos no início do estudo e a maioria era casada ou estava em um relacionamento (78%) ou vivia com um parceiro (68%); elas foram convidadas a responder questionários incluindo se haviam feito sexo com o parceiro nos últimos seis meses e se havia tido penetração ou sexo oral; e também se haviam se masturbado nesse período; o padrão de frequência mais respondido era da prática sexual semanal (64%);

aquelas que reportaram praticar sexo semanalmente apresentaram 28% menos chance de ter menopausa precoce em comparação com as mulheres que reportaram fazer sexo menos que uma vez ao mês; as que reportaram fazer sexo uma vez ao mês tinha 19% menos propensão de experimentar a menopausa precoce em comparação com as que faziam sexo menos de uma vez ao mês; os pesquisadores também testaram se viver com um parceiro homem afetaria ou não a menopausa, mas não encontraram correlação; após 10 anos de estudo, 45% das mulheres pesquisadas haviam entrado na menopausa naturalmente com, em média, 52 anos.

Por que isso é importante?
Como os próprios autores do estudo reconhecem, os mecanismos hormonais que orientam a menopausa ainda são pouco compreendidos pelos médicos. O estudo, então, traria novas pistas a respeito de como esse processo funciona no corpo da mulher.

Eles também afirmam, no entanto, que precisam estabelecer se existe e qual seria o mecanismo biológico que ligaria a frequência de atividade sexual à regulação do ciclo reprodutivo da mulher.

Uma das possibilidades levantadas é de que a atividade sexual libera estrogênio, hormônio que tem um papel importante no mecanismo de liberação de óvulos na mulher todos os meses.

Outra possibilidade é de que tanto a frequência sexual quanto a idade da menopausa sejam regulados por algum fator biológico ainda desconhecido dos médicos. Nesse caso, no entanto, os dois processos não estariam ligados de forma causal.

Mesmo preliminar, portanto, a pesquisa traz indicações importantes de que o momento da menopausa pode ser adaptável em resposta à possibilidade da mulher engravidar.

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